Estes políticos locais são de modas. A moda de um pavilhão em cada aldeia; a moda de um parque radical nas terras onde só há velhotes; a moda de semear rotundas de vinte em vinte metros e a moda das ciclovias de cinquenta metros que não servem para nada, são as mais recentes.
Agora está a chegar a estas bandas a parolice dos mini-passadiços a imitar os famosos passadiços do Paiva, em Arouca. Parece que o primeiro vai ser no Agroal, no concelho de Ourém. São 380 mil euros para um passeio de 780 metros. Cinco mil euros cada metro. Nada que abale as finanças autárquicas porque 85 por cento da massa, ou talvez mais - porque agora há a tal bazuca dos biliões - vem de Bruxelas.
As prioridades municipais são sempre as obras que têm apoio comunitário. Para coisas verdadeiramente importantes não vem dinheiro de Bruxelas e elas passam a secundárias. É bonito ter um passadiço de 780 metros no Agroal? Para mim é tão bonito como ter uma ciclovia de cinquenta metros que nem para triciclos serve. Daqui a uns anos aquilo fica degradado por falta de manutenção, como tem acontecido com muitas outras modas e veda-se a passagem para ninguém se aleijar. Arranjar não, porque não há fundos comunitários para manutenção. E há tanta coisa com acesso vedado por aí fora.
Mário J. Castro Mestre