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Agricultores e câmara recuperam melão de Almeirim sem ajuda para aperfeiçoar sementes 
A casca verde, mais forte e áspera é uma característica distintiva do típico melão de Almeirim

Agricultores e câmara recuperam melão de Almeirim sem ajuda para aperfeiçoar sementes 

Alguns agricultores de Almeirim têm vindo por conta própria a tentar encontrar as melhores sementes e mais próximas do antigo melão de Almeirim. Rui Constantino é um dos produtores que este ano conseguiu ter o melão mais parecido com o original, que esteve perdido durante décadas. Agora falta começar a aparecer o lucro.

Rui Constantino é um dos três produtores agrícolas que integra, desde 2016, o projecto da Câmara de Almeirim para relançar o típico melão de Almeirim de casca verde. A produção ainda é pequena e destina-se sobretudo à promoção. O relançamento deste melão, que esteve desaparecido durante décadas, foi possível porque um produtor ainda guardava um frasco de sementes. O esforço dos produtores esbarra no desinteresse das empresas que fornecem sementes. É necessário fazer o desenvolvimento da melhor semente, para alcançar um patamar de execelência, mas, lamenta Rui Constantino, as empresas não estão muito sensibilizadas para financiar e disponibilizar as sementes para testes.
A produção anual não ultrapassa as 10 toneladas, uma vez que o nicho de mercado é reduzido. Há tentativas para colocar o melão nos supermercados, mas não tem sido fácil. Mesmo assim o agricultor espera este ano começar a ter algum lucro com a produção do melão de Almeirim. Desde 2016, altura em que recebeu o convite por parte da câmara para integrar o projecto, Rui Constantino esforça-se para encontrar a semente certa para o melão mais aproximado do original.
A casca verde, mais grossa e áspera, é o que o distingue visualmente do restante melão de casca amarela e branca. No paladar há também diferenças significativas. É um melão muito mais doce e suculento.
Após quatro anos consecutivos a experimentar diversas sementes, Rui Constantino afirma que a colheita de 2020 é a que tem o melão mais parecido com o de antigamente. O ano de 2016 foi o pior de todos para o agricultor, mas desde então tem aperfeiçoado as testagens com as sementes e os resultados têm sido positivos ano após ano. As dificuldades de colocar o produto nos supermercados, revela, têm também a ver com o tamanho, já que pode atingir os seis quilos e as pessoas preferem melões mais pequenos.
O melão de Almeirim tem custos de produção mais elevados por ser um melão mais tardio e assim mais sujeito a pragas. Por outro lado, é um melão que fica mais facilmente queimado pelo sol, porque só está pronto a ser colhido em Agosto. O fruto é plantado no início de Maio e deve estar pronto a comer no início de Setembro.
A Câmara de Almeirim tem colocado o melão, que adquire aos agricultores, em vários restaurantes da região e no Posto de Turismo. A ideia de recuperar este produto característico da cidade da sopa de pedra surgiu em 2005 numa parceria com a cooperativa Cacer, mas pouco tempo depois a unidade de processamento e distribuição de frutas faliu. Só em 2014 é que a autarquia voltou a apostar na ideia e convenceu agricultores a ajudar a ressuscitar uma marca do concelho.

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