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Amnistia pede à justiça para parar processo contra voluntário de Azambuja 
Miguel Duarte

Amnistia pede à justiça para parar processo contra voluntário de Azambuja 

O voluntário natural de Azambuja, que em conjunto com outros salvou muitas vidas no Mar Mediterrâneo, continua na mira da justiça italiana. Miguel Duarte arrisca-se a uma pena de 20 anos de prisão por apoio à imigração ilegal. Aministia Internacional lança petição para que investigação cesse de imediato.

Três anos depois da apreensão do navio Iuventa pelas autoridades e o início a uma investigação por suspeitas de apoio à imigração ilegal, a Amnistia Internacional vem pedir à justiça italiana que cesse de imediato as investigações contra o voluntário de Azambuja, Miguel Duarte, e os dez tripulantes do navio. Médicos, bombeiros e voluntários que seguiam a bordo do navio arriscam 20 anos de prisão por terem salvo mais de 14 mil pessoas, de 2016 a 2017, consideradas imigrantes ilegais.
Numa petição dirigida à procuradora de Trapani, Brunella Sardoni, a Amnistia Internacional destaca que “em toda a Europa pessoas solidárias ou que ajudam refugiados e migrantes foram ameaçadas, difamadas, intimidadas, perseguidas e levadas a tribunal simplesmente por apoiarem outras”.
De acordo com a acusação do Ministério Público italiano a tripulação do Iuventa terá conspirado com traficantes de refugiados e migrantes em três casos (um a 10 de Setembro de 2016 e dois a 18 de Junho de 2017). Os procuradores alegam que, durante esses resgates, foi providenciada uma transferência directa de refugiados e migrantes, algo negado pela Jugend Rettet, organização não-governamental alemã responsável pelo navio e os seus tripulantes.
Miguel Duarte referia em 2019, numa entrevista a O MIRANTE, que uma condenação neste caso vai abrir um precedente gravíssimo, o de criminalizar a ajuda humanitária. “Não quero viver numa sociedade onde uma pessoa se está a afogar e não há ninguém que lhe estenda a mão, por medo”, afirmou.
O azambujense que frequenta um doutoramento em Matemática disse ainda ser frustrante “olhar para os meios e dinheiro investido numa investigação sem pés nem cabeça, que pretende apenas cumprir o objectivo político de acabar com o fluxo migratório para Itália”. O número de migrantes a chegar a Itália pelo Mar Mediterrâneo, adianta a mesma organização, tem caído nos últimos anos desde que a Líbia passou a controlar as fronteiras e a falta de recursos para os salvamentos tem levado a um aumento da taxa de mortalidade.

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