uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Sede e presidente da Federação Mundial das Línguas Gestuais mudam-se para Almeirim
Wearable Braille SOS permite chamar de emergência bombeiros, polícia, ambulância ou ajuda para a Covid-19

Sede e presidente da Federação Mundial das Línguas Gestuais mudam-se para Almeirim

João Gomes criou uma pulseira que permite às pessoas surdas, surdas-cegas e ouvintes-cegas chamar ajuda de forma imediata e autónoma, em caso de emergência. O projecto foi nomeado para um prémio internacional e o seu criador procura agora financiamento para o produzir à escala industrial, baixar custos e ajudar o maior número de pessoas possível.

João Gomes nasceu em Lisboa, viveu no Fundão e recentemente mudou-se para Almeirim. Com ele chega também a Almeirim a sede internacional da Federação Mundial das Línguas Gestuais, a que preside. Surdo desde criança, João faz linguagem gestual portuguesa para surdos, braille táctil para surdos-cegos e linguagem gestual internacional para estrangeiros surdos. Empreendedor, criou também a Wearable Braille SOS, uma pulseira para pessoas surdas, surdas-cegas e ouvintes-cegas.
A pulseira tem quatro botões de emergência: bombeiros, polícia, ambulância e Covid-19. Funciona numa linguagem universal e que tem GPS e sensor de movimentos para indicar a posição da pessoa em casos de emergência. Um cartão SIM global, de qualquer operadora, serve para assegurar a ajuda mesmo em viagem. O carregamento do dispositivo é feito com tecnologia sem fios. A pulseira livra os utilizadores da ansiedade de não ter, em caso de emergência, uma forma de chamar auxílio inteligente (call center especializado) e aumenta-lhes o grau de independência e a qualidade de vida.
O projecto foi nomeado para o prémio internacional WSA – Worls Summit Awards, em 2020, e representará Portugal nos prémios de inovação apoiados pelas Nações Unidas.
Em 2019, a Federação Mundial das Línguas Gestuais ganhou o Prémio Vodafone de Enabling People – Big Impact em DNA Cascais, com o modelo anterior de pulseira inteligente braille que ainda não incluía o botão Covid.
O objectivo de João Gomes é eliminar as barreiras de comunicação, de forma a melhorar a qualidade de vida e acessibilidade digital a pessoas surdas e cegas-ouvintes em todo o mundo. Segundo a Federação Mundial das Línguas Gestuais, que preside desde 2011, existem aproximadamente 100 milhões de pessoas surdas em todo o mundo e mais de 300 línguas gestuais diferentes. Em Portugal, de acordo com os últimos censos, de 2011, existem mais de 27 mil pessoas cegas “ouvintes” e duas mil pessoas surdas-cegas.
João Gomes procura financiamento para produzir a sua pulseira em grande escala e lamenta que a Secretaria de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência nunca tenha ajudado em nada. Para o presidente da federação mundial faltam apoios para se avançar com uma produção industrial que permita baixar custos e difundir esta tecnologia por mais pessoas surdas-cegas. Por isso criou uma campanha de angariação de fundos no valor de 220 mil euros destinados à produção de duas mil unidades da Wearable Braille SOS, que serão doadas a pessoas surdas-cegas.

Sede e presidente da Federação Mundial das Línguas Gestuais mudam-se para Almeirim

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido