O projecto de requalificação anunciado pelo Governo em 2008 para a Estrada Nacional 1, entre Vila Franca de Xira e Alenquer, que deveria ter contribuído para melhorar a circulação e segurança entre os dois concelhos, nunca saiu da gaveta. Os problemas desta estrada importante para o concelho agudizam-se de ano para ano.
O investimento foi anunciado com pompa e circunstância pelo então ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, no Governo de José Sócrates, quando esteve na cidade a cortar a fita do segundo nó de acesso à Auto-Estrada Nº1 (A1). O projecto de beneficiação da EN1 previa a construção de meio milhar de novos estacionamentos, melhoria das acessibilidades com a construção de uma variante à cidade de Vila Franca de Xira, e melhoria do piso.
Além de novos passeios e alargamento de alguns locais da via, em especial perto da Castanheira do Ribatejo, o projecto previa também a construção de cinco novas rotundas nos locais mais problemáticos ao nível da segurança rodoviária. A obra estava orçamentada em quatro milhões de euros e até já tinha data prevista de conclusão: o segundo trimestre de 2009. “A nova variante de Vila Franca de Xira é muito importante e vai permitir, entre outras coisas, um rápido acesso ao hospital. Vai ser uma obra de grande importância para a região”, anunciava na altura Mário Lino.
Com a chegada da crise financeira e consequente queda do Governo, o investimento foi considerado não prioritário e ficou esquecido nos gabinetes ministeriais. Para desespero de quem trabalha, vive e precisa de se deslocar entre as duas localidades. O principal problema é o excesso de trânsito, em especial nas horas de ponta, que engarrafa o centro de Vila Franca de Xira, Castanheira do Ribatejo e Carregado. E onde não há alternativas de circulação gratuitas.
O presidente do município, Alberto Mesquita, já havia lamentado no passado, por diversas vezes, que o projecto “estruturante e decisivo” para a cidade nunca tenha saído do papel. Actualmente nota que a solução passa pela isenção de portagens na A1, que considerou a “variante natural” à cidade. E já condenou publicamente, várias vezes, os deputados socialistas no Parlamento por terem chumbado a proposta de isenção de portagens entre o Carregado e Lisboa.