José Pedro Brás Henriques
Escriturário na CADOVA - Cooperativa Agrícola do Vale de Arraiolos, CRL 64 anos, Chamusca
Usa bicicleta para se deslocar para o trabalho?
Vou de carro porque o sítio onde moro é num alto e, para mim, não é fácil voltar para casa de bicicleta.
Alguma vez teve que “soprar no balão”?
Tenho carta há 41 anos e ainda só fui mandado parar pela autoridade uma vez. Nessa altura ainda não havia o balão para controlo de alcoolemia.
Costuma fazer a separação dos lixos domésticos?
Sim. Já o fazia antes da Resitejo começar a recolha porta à porta. Separava e colocava no ecoponto. Para mim é uma forma de ajudar o planeta. É pouco, mas sendo muitos a fazer, será compensatório.
O que mais detesta?
A falsidade. Não tolero tal ofensa. Sou muito amigo do meu amigo, mas a falsidade transforma um amigo num inimigo. E isso já aconteceu.
Costuma comprar um jornal pelo que vê na primeira página?
Sinceramente, sou pouco de leituras, mas quando leio não é por causa da primeira página. Pode chamar-me a atenção, mas não mais do que isso. Muita vezes os assuntos que mais me interessam nem vêm nas primeiras páginas.
Qual é o seu truque para manter a calma perante um imprevisto?
Sou por natureza calmo. Quando me acontecem imprevistos, penso noutras coisas para descontrair e por vezes dou meia volta ou saio do sítio onde me está a acontecer esse imprevisto.
Custa-lhe levantar-se de manhã para trabalhar?
Nunca me custou levantar-me. Sempre fui assim, tanto em solteiro como em casado e com a idade quase nem preciso do despertador, pois acordo quase sempre antes do despertador tocar.
Gosta mais de liderar ou ser liderado?
Nunca liderei e não sei se gostaria. Sempre gostei de aprender e tenho tido bons mestres.
Era capaz de viver sem música?
Acho que era capaz de viver sem música. Há dias, ou mesmo semanas, em que não ligo o rádio do carro e se ouço alguma música é por passarem algum programa de televisão e não por andar à procura.
É aficionado?
Sou ribatejano, sou neto de um campino e de um equitador. Os meus avôs eram pessoas que trabalhavam com touros e cavalos. Tudo o que rodeia esta festa me fascina.
Quantos verdadeiros amigos acha que tem?
Não muitos, mas muito bons, são como uma família, e isso é o principal factor para que eles sejam os meus melhores e bons amigos. São reais e verdadeiros, é o mais importante na vida.
Há alguma coisa pela qual ainda valha a pena lutar até à morte se necessário fôr?
Pela família e pelos amigos, com certeza.
Fazem falta mais mulheres na política?
Não vejo que seja relevante os governantes serem mulheres ou homens.
Alguma vez deu sangue?
Já dei sangue setenta e duas vezes. Fazê-lo dá-me prazer e alegria e gostava de aproveitar esta oportunidade para pedir a quem possa, para dar sangue, pois está a contribuir para que haja uma porta aberta para salvar outro que precise.
Qual a tradição que nunca podemos deixar morrer?
Na nossa terra, a Chamusca, será sempre a festa da Ascensão, nem que seja com pouca coisa.
A instalação de câmaras de vídeo é uma boa maneira de combater a criminalidade?
Ajuda, mas não será de todo a única forma de combate à criminalidade, pois mesmo onde existem as câmaras de vídeo os assaltantes actuam e com a mesma brutalidade e às vezes mais, visto não ser fácil de identificar com as máscaras que usam.
Fecha a água enquanto escova os dentes ou quando se ensaboa no banho?
Quando escovo os dentes sim, mas no banho não. Como não demoro muito a ensaboar-me, penso que gasto mais água e gás se estiver a ligar e desligar porque tenho que esperar que a água aqueça outra vez.
Qual é o seu maior defeito?
Tenho alguns, como a teimosia, mas se a pergunta fosse feita à minha esposa a resposta seria mais completa.
Existe algum animal que gostasse de ter e não pode?
O último animal que tive foi uma cadela a que me afeiçoei bastante. A sua morte marcou-me de tal maneira que nunca mais quis ter nenhum.
Gosta de comemorar o seu aniversário?
Nunca foi a minha festa preferida. Gosto mais de celebrar os dos meus filhos e do meu neto.