Seis meses passaram desde a suspensão das actividades lectivas presenciais onde se acumularam (in)certezas e receios.
Em Alcanena, o Agrupamento de Escolas abriu de novo as portas às crianças do pré escolar e do 1º ciclo, aos alunos do 5º ao 12º ano e aos adultos do ensino nocturno.
Somos uma outra escola, diferente da de Março, mas assumimos, como sempre, o nosso papel enquanto espaço de aprendizagem, de cidadania, de pertença e de desafios – que este ano são essencialmente três:
- De natureza psicossocial, prendendo-se com a gestão do medo e do distanciamento, na medida em que o reencontro de professores, alunos e funcionários neste novo normal, implica afecto, pertença, compromisso, distanciamento físico e nunca social.
- De natureza organizacional, onde assumimos o cumprimento escrupuloso das orientações da DGS: uma sala fixa por turma; um aluno por mesa; desfasamento de percursos, de horários e intervalos; implementação de sinaléctica; novas regras e novos cenários, no âmbito de um eventual regime misto ou regime à distância.
- De natureza pedagógica, pela necessidade de consolidarmos as aprendizagens do ano anterior.
É com orgulho que afirmo que o Agrupamento de Escolas de Alcanena se preparou para este desafio, na tentativa de adequarmos a resposta educativa ao percurso singular de cada aluno.
Queremos assegurar que os nossos alunos são capazes, de forma autónoma, de aprender ao longo da vida e de autorregularem essas aprendizagens independentemente do contexto em que se encontram: em casa, na biblioteca ou na escola, com maior ou menor supervisão.
É, também, neste âmbito que damos relevância ao desenvolvimento de competências socio emocionais (autoconhecimento, resiliência, autonomia, autoestima, empatia, colaboração, comunicação, capacidade de solucionar situações complexas, espírito crítico e criatividade), a par da transição para o digital, na qual também estamos na linha da frente, uma vez que fazemos parte do lote das nove escolas a integrar o Projeto Piloto Manuais Digitais.
No meio de tanta incerteza, falamos com confiança, oferecemos uma segurança tranquila, um sentimento de pertença, na certeza de que o novo normal não pode ser vivido sem socialização, sob pena de hipotecar o futuro desta geração e das gerações vindouras.
* Directora do Agrupamento
de Escolas de Alcanena.