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Alunos e pais amontoados às portas das escolas e fita adesiva a dividir carteiras
Escolas da região tentam adaptar-se às novas exigências embora por vezes seja difícil manter o distanciamento recomendado

Alunos e pais amontoados às portas das escolas e fita adesiva a dividir carteiras

O regresso às aulas em diferentes escolas da região foi marcado por ajuntamentos de pais e alunos à porta dos estabelecimentos de ensino e por medidas improvisadas nas salas de aula para garantir o distanciamento possível. Escolas têm vindo a implementar medidas para se ajustar à nova realidade.

Filas com dezenas de alunos para entrar nas escolas e pais a ajudar a entupir as passagens. Uma confusão de empurrões e ansiedade e o distanciamento social a não ser cumprido. Foi este o cenário que marcou o regresso às aulas, a 17 de Setembro, em pelo menos quatro escolas da região, nos concelhos de Benavente, Salvaterra de Magos e Vila Franca de Xira, segundo relatos que nos chegaram de encarregados de educação. Depois da reabertura atribulada reajustaram-se medidas e reforçaram-se os pedidos de civismo.
O director da Escola EB 2,3 Duarte Lopes, em Benavente, Mário Santos diz que os ajuntamentos se trataram de uma situação pontual que ocorreu apenas no primeiro dia de aulas, “muito por causa dos pais”. “Os funcionários pediram-lhes que se afastassem, mas não arredaram pé. Temos tentado fazer esta acção pedagógica, mas não é fácil conseguirmos isso do lado de fora da escola”, reconhece, sublinhando que o cumprimento das regras fora do perímetro escolar não é da sua responsabilidade.
Mário Santos esclarece ainda que para resolver as aglomerações, os portões passaram a abrir mais cedo para que “os alunos possam entrar de forma mais faseada”, e cumprir com mais calma a desinfecção das mãos à entrada. A GNR também tem vigiado, desde o primeiro dia, as imediações da escola ao primeiro toque de entrada da manhã.
Uma mãe que assistiu ao cenário na Escola Básica e Secundária de Salvaterra de Magos resume o que se passou: “Centenas de alunos amontoados na entrada sem poder entrar e sem qualquer distanciamento social. A escola está a deixar os alunos à porta até às 08h20, quando existem crianças a chegar às 07h50. Acho inadmissível”, contou a encarregada de educação que pede o anonimato. O MIRANTE contactou o agrupamento de escolas, mas até ao fecho desta edição, não conseguiu obter qualquer esclarecimento.
Em Vialonga, na Escola EB 2,3, Madalena Freitas optou por não acompanhar o filho até ao portão no primeiro dia de aulas, depois de assistir a uma visão “aterradora”. “Tudo ao atropelo, sem ordem nenhuma. Os pais têm de perceber e assumir a sua responsabilidade para evitar o contágio. Já basta os nossos filhos terem de estar em salas onde não há distanciamento”, diz, observando que o cenário se repetiu no dia seguinte.
Admitindo que a situação é preocupante, mas que fora de portas nada pode fazer para evitar aglomerações, o director do Agrupamento de Escolas de Vialonga, Nuno Santos, diz a O MIRANTE que “os horários de entrada foram desfasados em 15 minutos, por cada ano”.
Fita adesiva a dividir secretárias
A escola de Vialonga é um dos muitos estabelecimentos de ensino do país onde não se consegue assegurar uma mesa individual por aluno. Para remediar é colocada fita adesiva ao meio, para marcar o distanciamento social entre alunos. Há pais, explica Madalena Freitas, que se estão a organizar para conseguirem angariar dinheiro e “comprar separadores em acrílico”.
“É a escola a funcionar com o que tem. A situação que vivemos não trouxe mobiliário novo para as escolas”, salienta o director do agrupamento, explicando que a colocação de fita adesiva “provavelmente não vai resultar, mas pretende ser um alerta para se evitar a partilha de material escolar”.
Esta realidade não é caso único na região e repete-se em várias escolas no concelho de Santarém. Na Póvoa de Santa Iria, André Pires, pai de uma aluna, diz que acontece o mesmo. “Dizem para cumprir o distanciamento social e depois as regras não se cumprem. É uma secretária para duas crianças a dividir com fita-cola. É gozar connosco”, refere.
Em Benavente, a escola secundária recentemente visitada pelo primeiro-ministro, é uma das que consegue ter mesas individuais para todos os alunos. O mesmo não acontece na escola básica do mesmo agrupamento, que passou ao lado da visita de António Costa. “Existem várias salas com mesas duplas e houve um professor a adoptar o modelo da fita-cola, para que os alunos tenham cuidado para não entrar no espaço do outro”, explica Mário Santos salientando que para minimizar riscos a cada turma foi atribuída uma sala específica, o que acontece na maior parte das escolas.

Alunos e pais amontoados às portas das escolas e fita adesiva a dividir carteiras

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