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Problemas das empresas de construção atrasam obras em Coruche
Francisco Oliveira

Problemas das empresas de construção atrasam obras em Coruche

Dificuldades financeiras e em recrutar mão-de-obra por parte dos empreiteiros deixam concursos desertos e fazem deslizar obras públicas no tempo.

Os problemas financeiros que muitas empresas de construção civil vivem estão a deixar dezenas de concursos públicos desertos e têm feito derrapar no tempo muitas obras em diversos concelhos da região. Só em Coruche, são quatro os concursos para obras que simplesmente ficaram sem qualquer proposta ou em que foram apresentados orçamentos muito acima do preço base lançado pela câmara.
Um dos exemplos mais recentes foi o concurso público para a construção de uma nova entrada e portaria na Escola Básica Armando Lizardo, que contempla ainda uma meia rotunda na Avenida Salgueiro Maia (em frente a esta escola) para que os encarregados de educação possam deixar e buscar os filhos sem provocar engarrafamentos no trânsito, como aliás aconteceu no primeiro dia de aulas.
Além desta obra, existem outras no concelho, como a requalificação do Largo da Erra, o Largo da Salgueirinha e a requalificação do edificado e zona envolvente do Bairro 23 de Junho, no Couço. Estes concursos públicos foram todos lançados este ano. Uns não receberam qualquer proposta, enquanto noutros as empresas apresentaram orçamentos superiores ao valor base. Neste caso as empresas são excluídas, levando à anulação do concurso.
Para contornar essas contrariedades, as câmaras optam geralmente por lançar novo concurso, com o preço base revisto em alta para tentar atrair concorrentes. Situação que leva os prazos previstos a deslizarem no tempo. Para o presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira, a situação é preocupante, pois existem obras com alguma urgência e não há como as fazer. Além disso, os próprios orçamentos anuais municipais sofrem revisão após revisão, não tendo um reflexo real do que prevêem e do que é realmente concretizado.
A corda na garganta com que muitos empreiteiros estão a viver e a dificuldade em contratar mão-de-obra, inflacciona o preço das obras. “As câmaras vão ter que pagar mais por uma obra que os técnicos da câmara sabem que é possível ser feita por muito menos”, refere Francisco Oliveira. “Estamos num impasse muito grande. Queremos andar com as obras para a frente e não conseguimos”, aponta.
As empresas de construção civil já não estavam a atravessar um período favorável e a pandemia de Covid-19 agravou o cenário. “Muitas faliram e as que se mantiveram sobrevivem com dificuldades. Tudo isto, no final, mexe com a vida das pessoas”, reitera ainda o autarca.

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