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Atrasos na entrega de correio são a razão  da maioria das queixas contra os CTT 
Beatriz Varandas, Virgílio Pires, Helena Ladeiras e Zélia Lopes

Atrasos na entrega de correio são a razão  da maioria das queixas contra os CTT 

Postos em lojas são boa solução para os habitantes de Alferrarede e Mouriscas.

Os serviços de correio prestados em lojas de comércio tradicional são uma boa solução para as populações do interior e quem os presta mantém-nos por isso. O maior problema continua a ser o serviço de transporte e entrega de correspondência.

Zélia Lopes tem um posto de correios na sua loja em Alferrarede, Abrantes, há dois anos meio. Apesar de considerar que o mesmo não é rentável economicamente, vai mantê-lo porque leva mais pessoas a entrar nas instalações e a conviver com os produtos que tem à venda.
A loja é a Chamaconta. Era um gabinete de contabilidade fundado pelo seu pai há quarenta anos, mas em 2006 transformou-se numa loja de informática e venda de material escolar e outros equipamentos.
“Com o serviço de correios vêm mais pessoas à loja mas não é só por isso que o mantenho. É também uma vantagem para a população haver este posto de CTT porque o horário é mais alargado que o de uma normal estação dos CTT”, explica.
A comerciantes concorda que a criação de postos de CTT como o da sua loja desvirtua o serviço da empresa mas, no seu caso, acredita que há benefícios. “Aqui há maior proximidade, conhecemos as pessoas e elas conhecem-nos. Os serviços dos CTT são mais impessoais”, afirma. “Na Chamaconta fazemos todo o tipo de serviços de correios à excepção de certificados de aforro e transferências de dinheiro para o estrangeiro”, informa.
Também no concelho de Abrantes, no centro da localidade de Mouriscas, funciona outro posto CTT, na papelaria Lux Veritas de Helena Ladeiras. A loja tem trinta anos e o serviço de correios existe há onze.
Helena Ladeiras diz que atende os clientes dos CTT todos os dias úteis da semana das 10h00 às 13h00. Aquelas três horas são-lhe pagas pelos CTT e sempre que o espaço está a funcionar há clientes. “Se o posto dos correios estivesse aberto mais horas tinha sempre clientes”, afirma, acrescentando que os CTT deveriam pagar mais para o volume de trabalho que tem diariamente.
Helena Ladeiras diz que o serviço corre bem e que as pessoas gostam da proximidade por conhecerem a pessoa que lhes trata dos assuntos relacionados com os correios. “O problema dos CTT não está nos balcões. O problema está nos carteiros que são novos, não conhecem as zonas, não sabem onde são as ruas e por isso demoram muito a fazer o serviço. Outras vezes entregam as cartas nos locais errados por não conhecerem as ruas. O maior problema é esse”, afirma.

Moradores reclamam do mau serviço prestado pelos Correios
Quando O MIRANTE esteve nas Mouriscas foi abordado por duas pessoas que se queixaram do atraso no recebimento das cartas. Beatriz Varandas conta que há alguns anos os CTT afirmavam que a culpa das cartas não serem entregues era da falta de nomes de ruas e números de polícia. Entretanto, a junta resolveu esse problema mas a situação da falha na entrega das cartas continua.
“Durante vários meses não recebi a carta da água nem da luz. Tive que ir várias vezes aos serviços municipalizados pagar as minhas contas e dos meus pais, que estavam na mesma situação, porque não recebíamos as cartas”, explica. Acrescenta que, pelo que constata, desde que os Correios foram privatizados o serviço piorou.
Virgílio Pires também esteve vários meses sem receber as cartas para pagar a conta da água. A sua sorte, explica, é que recebia uma mensagem de telemóvel da empresa a informar que já tinha passado o prazo de pagamento. Nessa altura ia aos serviços pagar. Se recebesse a carta a horas poderia efectuar o pagamento no posto dos correios.

Pedro Branco

Junta de Alcanhões quer manter serviço mas espera que os CTT paguem mais

Em Alcanhões, concelho de Santarém, o serviço dos CTT funciona na sede da Junta de Freguesia há mais de duas décadas. O balcão serve os mais de dois mil residentes da freguesia e mais uns largos milhares das freguesias vizinhas. Há ainda quem se desloque de Santarém a este balcão para evitar as longas filas de espera na capital de distrito.
O serviço dos CTT tem sido cada vez mais procurado, devido à compra e venda de roupa e outros bens que as pessoas fazem através da Internet. “Esta é uma nova realidade. A procura tem aumentado muito. Agora não é só o pagamento de pensões que ocupa o topo da tabela dos clientes que procuram os balcões dos CTT”, refere o presidente da Junta de Freguesia de Alcanhões, Pedro Branco.
O serviço é prestado por duas funcionárias da Junta de Freguesia de Alcanhões, sendo que uma delas dedica ao serviço dos CTT quase 90% do tempo do seu expediente. “Era impossível termos aqui uma funcionária só dedicada aos CTT. Mas requer muito trabalho. Não é só o atendimento ao balcão, há também serviço a fazer posteriormente”, refere o autarca.
A Junta de Freguesia de Alcanhões recebe trezentos euros mensais da avença dos CTT, dinheiro que não chega para pagar o salário da funcionária. “Este é um serviço que assumimos e defendemos continuar a assumir, porque é um bem tê-lo na freguesia, mas claro que o que os CTT nos pagam é insuficiente. Além do salário, há ainda as despesas da luz ou do telefone, por exemplo”, aponta.
Para o autarca é imperativo que haja uma nova avaliação das remunerações dos CTT para quem presta os serviços. Pedro Branco recorda que em 2019 houve uma reunião entre a administração dos CTT e os autarcas do concelho de Santarém, onde tiveram oportunidade de expor a situação, mas sem resultados.

Atrasos na entrega de correio são a razão  da maioria das queixas contra os CTT 

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