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Clube de Ténis de Torres Novas é uma referência na região e não pára de crescer
Clube incentiva a participação de atletas de todas as idades e gerações

Clube de Ténis de Torres Novas é uma referência na região e não pára de crescer

Associação conta neste momento com cerca de 200 atletas federados. Nos últimos meses as inscrições têm aumentado significativamente, muito por culpa das várias famílias que querem experimentar a modalidade pela primeira vez. Mais do que a competição, a bandeira do clube é a formação de bons seres humanos. O MIRANTE foi passar um final de tarde com a família do CTTN, guiada pelo seu presidente, João Paulo Gomes.


Em pouco mais de uma dezena de anos, o Clube de Ténis de Torres Novas (CTTN) viu aumentar o número de atletas federados de 50 para cerca de 200. Fundada em 2009, a associação nasce depois de extinta a secção de ténis do Clube Desportivo de Torres Novas.
Todos os dias, excepto aos domingos, entre as 17h30 e as 21h30, os três courts de ténis do CTTN enchem-se de crianças, jovens, adultos e veteranos. João Paulo Gomes, presidente do clube desde 2018, explica que a grande missão da sua direcção é conseguir incentivar famílias inteiras para a prática da modalidade. “Queremos cultivar no CTTN um ambiente familiar, onde pessoas de várias idades e gerações podem conviver e aprender umas com as outras”, afirma.
O MIRANTE foi passar o final de tarde de uma sexta-feira com a família do Clube de Ténis de Torres Novas. Durante mais de duas horas passam pelos três campos cerca de meia centena de alunos. Alguns pais assistem, em silêncio, às performances dos seus filhos. Dentro dos courts vive-se um ambiente feliz: as crianças, meio desengonçadas e, algumas, quase sem força para pegar na raquete, dão os primeiros passos na modalidade. Os mais velhos jogam a sério, mas sempre com uma postura correcta e de respeito pelo outro. “O ténis vive do silêncio, do respeito e da concentração. Talvez por isso seja uma modalidade pouco promovida. Não é chamativa para o pessoal da cerveja e do tremoço”, refere, em jeito de brincadeira, o presidente.
Os atletas residem, na sua grande maioria, no concelho, embora alguns também venham de concelhos vizinhos como Alcanena, Entroncamento e Golegã. Para ensinar as técnicas e os segredos da modalidade, “e puxar algumas orelhas quando é preciso”, o clube tem uma dúzia de treinadores, esses sim, todos prata da casa.
Engana-se quem pensar que o ténis continua a ser uma modalidade cara e só para quem tem muito dinheiro. Praticar ténis no CTTN implica o pagamento de uma quota de sócio anual de 12 euros e quem optar por ter apenas uma aula por semana só tem de pagar 20 euros mensais. “São valores quase irrisórios e que praticamente não chegam para fazer face às nossas despesas. O mais importante é conseguir promover a modalidade e as boas práticas desportivas”, sublinha João Paulo Gomes. O orçamento anual do CTTN ronda os 60 mil euros.
Gerir toda a dinâmica do clube, nomeadamente em relação à aquisição de equipamentos, materiais, transportes, entre outras despesas, só é possível devido ao grande apoio dos pais e atletas. “O associativismo vive da carolice e da paixão de todas as pessoas envolvidas. Só assim conseguimos continuar a crescer”, afirma o presidente, sem deixar de referir que o contributo de algumas empresas também tem sido uma mais valia para manter o bom funcionamento da colectividade.
No Clube de Ténis de Torres Novas todos são considerados campeões. Esse é o espírito: os que ganham prémios regionais, distritais e nacionais têm a mesma importância que aqueles que não levantam a taça, mas que ajudam, através dos treinos, os outros a levantá-la.

UMA ATLETA QUE É NÚMERO UM DO RANKING
Embora a política do CTTN não seja de individualizar os atletas pelas suas conquistas, O MIRANTE encontrou durante a reportagem Ann Fernandes, a número um do ranking nacional no escalão +55. A idade certa prefere não a dizer, mas deixa escapar, entre sorrisos, que para o ano passa para o escalão +60. Nasceu em Inglaterra mas há mais de 30 anos que se mudou para Torres Novas. É proprietária de um hotel e termina quase sempre o dia de trabalho a “bater umas bolas” com mais alguns colegas.
Começou a praticar ténis há cerca de uma dezena de anos para colmatar a ausência dos pais, que perdeu, e a ida dos filhos para a faculdade. “Apaixonei-me à primeira vista pelo ténis”, declara.
A grande vantagem do ténis em relação às outras modalidades, na sua opinião, é que desenvolve tanto a parte física como a parte mental. “É um desporto muito completo e que pode ser praticado por pessoas de todas as idades. É também a modalidade ideal para o crescimento e desenvolvimento dos mais jovens”, sublinha.

Instalações em mau estado dificultam crescimento

Há cerca de uma dezena de anos as instalações do Clube de Ténis de Torres Novas são um contentor. É lá que estão a sala de arrumos, a sala de espera para os pais dos atletas, a sala de reuniões da direcção, os balneários e a casa de banho. O tecto está cheio de infiltrações e os dedos de uma mão não chegam para contar o número de buracos que o chão tem. Há cerca de um mês, segundo João Paulo Gomes, o piso abateu com o peso de uma pessoa. Uma situação que já se repetiu mais vezes, diz. “Em Fevereiro deste ano falei com o presidente da câmara, Pedro Ferreira, que me prometeu novas instalações. Temos aqui espaço físico para criar um complexo de referência nacional. Queremos continuar a honrar Torres Novas por todo o país, e custa-nos ser uma das grandes potências desportivas e não ter as condições que merecemos”, conclui.

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