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Uma equipa de dispensados que subiu de divisão e reacendeu o orgulho vilafranquense
Vila Franca de Xira volta a ter uma equipa no segundo escalão nacional de hóquei em patins

Uma equipa de dispensados que subiu de divisão e reacendeu o orgulho vilafranquense

Onze anos depois, a equipa sénior de hóquei em patins do União Desportiva Vilafranquense está de volta à segunda divisão nacional. Um motivo de orgulho para a cidade, que não pôde encher o pavilhão Mário Cerejo para festejar o feito por causa da pandemia.

Jogar com garra, assegurar a manutenção, conseguir uma boa prestação na Taça de Portugal e honrar a camisola do União Desportiva Vilafranquense (UDV) e da cidade de Vila Franca de Xira são os principais objectivos da equipa sénior de hóquei em patins, que carimbou este Verão a subida à 2ª divisão nacional da modalidade.
É um feito que não acontecia há onze anos. A equipa tem agora uma montanha para escalar, enfrentando clubes que são profissionais e onde praticamente todos ambicionam subir ao primeiro escalão. A comandar a equipa ribatejana está João Graça, 39 anos, natural de Vila Franca de Xira. Muitos conhecem-no pela alcunha - “Tocha” - e por mais de três décadas dedicadas ao hóquei em patins como jogador e treinador.
“Costumo dizer a brincar que conseguimos subir de divisão com uma equipa de dispensados, já que muitos foram dispensados dos plantéis do Alverca ou do Alenquer, por exemplo. Mas assim se prova que são jogadores com muito talento e muito para dar. Dá-me um gosto especial trabalhar com jogadores que noutros lados não foram consideradas escolhas e aqui fazem toda a diferença”, elogia a O MIRANTE.
O hóquei em patins sempre foi uma modalidade forte no concelho, mas tem perdido fôlego nos últimos anos, muito por culpa de várias direcções dos clubes que preferiram apostar noutras modalidades de maior visibilidade, como o futebol. Há quatro anos, João Graça também treinava a equipa e viu a subida por um canudo, mas a falta de apoio da direcção de então ditou o fim do sonho. Saiu do clube e regressou o ano passado com o objectivo claro de meter o hóquei da cidade em primeiro plano. “No nosso segundo ano conseguimos subir. Foi muito bom. Ninguém acreditava mas sempre andámos para a frente”, conta o técnico, que destaca a importância de criar uma mentalidade vencedora no grupo.

Vila Franca está sedenta de ver jogos
O hóquei em patins no UDV já movimenta mais de meia centena de atletas dos vários escalões. A equipa sénior tem 14 elementos. “Subir à 1ª divisão é muito difícil, estamos a falar de uma divisão onde só competem equipas profissionais como o Benfica ou o Porto. Aqui ninguém ganha um tostão para jogar. E isso faz uma grande diferença. Temos de ser sérios e realistas e assumir que não temos, para já, a ambição de continuar a subir. Queremos a manutenção. Temos de ter os pés bem assentes no chão”, explica o técnico.
Para João Graça, mais vale conseguir bons resultados numa liga inferior do que subir, ter uma performance fraca e depois cair animicamente. “Além disso os jogos são muito mais caros nas ligas superiores. Um clube pode cair em bancarrota com uma subida de divisão que não foi previamente pensada. Subir só por subir, fazer a festa para depois passar um ano a levar maus resultados e descer, tendo gasto imenso dinheiro ao clube, não é bom”, alerta.
Voltar a apaixonar a cidade pela modalidade é outro dos sonhos da equipa, sabendo que a história é escrita passo a passo e que às vezes os pequenos conseguem derrotar os maiores. “A cidade vê cada vez melhor o hóquei e as pessoas estão sedentas de ver jogos. Infelizmente não pode haver público por causa da pandemia. Foi triste termos subido e não podermos fazer a festa com os nossos adeptos, foi tudo à porta fechada. Foi uma subida que ninguém esperava. Mas antes uma subida sem festa que uma manutenção feliz e com público”, confessa.
Para João Graça, a virtude do hóquei é ser um desporto muito completo, permitindo trabalhar todas as partes do corpo e também a mente. “Dá-nos uma boa aprendizagem e boa coordenação motora para o futuro. É um desporto muito lúdico. Detesto perder, mas as derrotas para nós são importantes para que da próxima vez não falhemos novamente”, explica.
O Vilafranquense vai encontrar no seu percurso o vizinho Alverca, que também milita na 2ª divisão nacional da modalidade.

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