uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Mais de 1.500 autarcas não responderam  à chamada nas eleições para as CCDR
António Ceia da Silva. Teresa Almeida. Isabel Damasceno

Mais de 1.500 autarcas não responderam  à chamada nas eleições para as CCDR

Autarcas foram chamados às urnas para eleger os representantes das cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do país, mas muitos não compareceram. Abstenção no Alentejo, única região onde havia dois candidatos em disputa, foi a mais baixa do país.


Pela primeira vez, um colégio de autarcas de cada região foi chamado a eleger os presidentes das cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) - Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve - que, até agora, eram nomeados pelo Governo. Para alguns trata-se de uma aproximação à tão esperada criação de regiões administrativas, mas há vozes discordantes que consideram que apesar de ser formalmente uma eleição, os candidatos resultaram de um acordo entre PS e PSD, reflectindo interesses partidários e não os interesses do tecido empresarial e social de cada região. Condição que levou até o Bloco de Esquerda a recomendar o voto em branco aos seus eleitos.
Outros autarcas, entre os quais presidentes de câmara, vereadores e eleitos de assembleias municipais, optaram por nem votar elevando a taxa de abstenção para níveis que roçaram os 20% (na CCDR Norte), o que é de lamentar vindo da classe política que frequentemente se aflige com os níveis de abstenção registados nos diferentes sufrágios.
A região onde a taxa de abstenção foi mais baixa, 7,9%, foi a representada pela CCDR Alentejo, onde ao contrário das restantes havia uma disputa entre dois candidatos. Ceia da Silva, candidato indicado pelo PS e até agora presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, venceu por uma margem de 94 votos o candidato independente (mas militante social-democrata) e até então presidente dessa CCDR, Roberto Grilo. Num colégio eleitoral de 1.288 autarcas, registaram-se 246 votos brancos, nove votos nulos e 103 abstenções. Entre os votos validados 512 foram para Ceia da Silva e 418 para Roberto Grilo.
Refira-se que o distrito de Santarém está dividido por três CCDR; Alentejo, que gere os fundos comunitários para a Lezíria do Tejo; Lisboa e Vale do Tejo, à qual pertence administrativamente o distrito de Santarém; e Centro, que gere os fundos comunitários para a sub-região do Médio Tejo.
Na CCDR Lisboa e Vale do Tejo, Maria Teresa Almeida, indicada pelo PS, foi eleita para o próximo mandato de cinco anos, com 1.090 votos. Votaram nesta região 1.728 dos 1.987 eleitores inscritos. Contabilizaram-se 546 votos brancos e 92 nulos, tendo a abstenção rondado os 13%.
Ligeiramente superior foi a abstenção registada na CCDR Centro (14,6%), onde Isabel Damasceno, designada pelo PSD, também manteve a posição que já ocupava vencendo a eleição com 1.909 votos. Dos 2.836 eleitores inscritos votaram 2.420, houve 416 votos brancos e 95 nulos.
Na CCDR Norte o nome indicado por Rui Rio foi o de António Magalhães da Cunha, ex-reitor da Universidade do Minho, que sucede a Freire de Sousa. Reuniu 2.397 votos num universo de 3.304 votantes e 4.091 eleitores (com uma abstenção de 19,2%). Já no Sul, a CCDR Algarve foi conquistada por José Apolinário, com 290 votos. O ex-secretário de Estado das Pescas foi escolhido pelo PS. Votaram 423 dos 483 eleitores inscritos o que representa uma abstenção de 12,4%.
A nível nacional foram chamados às urnas 10.685 autarcas, tendo comparecido 9.060. As eleições decorreram a 13 de Outubro e a tomada de posse ainda não está agendada.

Presidentes das CCDR já foram designados pelo Governo

O Governo aprovou na quinta-feira, 22 de Outubro, a resolução que designa o presidente e os vice-presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), eleitos em 13 de Outubro, além dos vice-presidentes propostos pelo próprio Governo.
As eleições para a presidência das cinco CCDR confirmaram quatro candidatos únicos, à excepção do Alentejo. O presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva (PS) foi eleito no Alentejo; o ex-reitor da Universidade do Minho António Cunha, no Norte, e o ex-secretário de Estado José Apolinário (PS), no Algarve. A eleição confirmou Isabel Damasceno no Centro e Teresa Almeida em Lisboa e Vale do Tejo (LVT), que assim se mantêm nos cargos. Os eleitos têm um mandato de quatro anos, embora nesta primeira vez, excepcionalmente, seja de cinco.
Como vice-presidentes foram eleitos, para as CCDR que têm relação com o distrito de Santarém, o ex-autarca Aníbal Reis Costa (PS) no Alentejo; o geógrafo Jorge Marques de Brito no Centro; e Joaquim Sardinha, autarca em Mafra (PSD), em Lisboa e Vale do Tejo. Todos eram candidatos únicos.
O Conselho de Ministros deu também a conhecer os outros vice-presidentes, por proposta do membro do Governo responsável pela coesão territorial. São eles Anselmo Castro, vice-presidente da CCDR Centro; José Manuel Pereira Alho (ex-vereador da Câmara de Ourém), vice-presidente da CCDR Lisboa e Vale do Tejo; e Carmen de Jesus Geraldo Carvalheira, vice-presidente da CCDR Alentejo.
As CCDR são serviços desconcentrados da Administração Central, dotados de autonomia administrativa e financeira, incumbidos de executar medidas para o desenvolvimento das respetivas regiões, como a gestão de fundos comunitários.

Mais de 1.500 autarcas não responderam  à chamada nas eleições para as CCDR

Mais Notícias

    A carregar...

    Capas

    Assine O MIRANTE e receba o Jornal em casa
    Clique para fazer o pedido