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Santarém não quer ficar a ver passar comboios 
Ricardo Gonçalves

Santarém não quer ficar a ver passar comboios 

Presidente do município considera “criminosa” a retirada da variante à Linha do Norte em Santarém do Plano Nacional de Investimentos 2030. O investimento mais ousado do PNI é a construção de uma ponte sobre o Tejo entre Abrantes e Constância.

O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), não quer ficar a ver passar comboios no que toca aos anunciados investimentos previstos pelo Governo para a ferrovia na próxima década. Após ter sido anunciada a recuperação do projecto da linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto - com traçado a Oeste da serra dos Candeeiros, logo afastada de Santarém -, o autarca escalabitano considerou “criminosa” a ausência do Plano Nacional de Investimentos (PNI2030) da modernização da Linha do Norte entre Vale de Santarém e o Entroncamento. Um projecto que incluía a, há muito falada, variante ferroviária a Santarém.
Ricardo Gonçalves diz que o plano anunciado na quinta-feira, 22 de Outubro, “desconsidera” todo o distrito, pondo em causa o “discurso da coesão territorial”, e, em relação a Santarém, o desaparecimento da construção da variante à Linha do Norte, presente na versão preliminar do PNI2030, é mesmo “criminoso”.
“Fiquei estupefacto com a posição deste Governo relativamente às opções da ferrovia”, disse o autarca escalabitano, questionando como é possível ignorar um “traçado consolidado” feito há 20 anos, com “estudos feitos” e que chegou a iniciar o processo de expropriações em 2009.
“Há um ano, ainda com o ministro Pedro Marques, numa primeira versão do PNI2030, onde estavam 1,5 mil milhões para a recuperação da Linha do Norte, estava a variante a Santarém, e agora não aparece”, salientou, questionando o que leva a que se coloquem, um ano depois, 4,5 mil milhões de euros na linha de alta velocidade Lisboa-Porto.
Ricardo Gonçalves afirmou ser preocupante que, “alegadamente, vão fazer a melhoria [da Linha do Norte] até à Azambuja”, mas não “para cima”, esquecendo os milhares de pessoas que diariamente usam esta linha até ao Entroncamento e Tomar e ignorando a ocorrência de “acidentes mortais todos os anos” e o facto de a consolidação das barreiras de Santarém ainda não estar concluída. “Isto não está explicado”, salientou, adiantando que telefonou a todos os deputados de todos os partidos eleitos pelo distrito de Santarém, escreveu ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, e vai escrever ao primeiro-ministro, António Costa.

Ponte no Médio Tejo CONTINUA NO programa
A construção de uma ponte sobre o Tejo, entre Constância e Abrantes, volta a estar incluída no plano de investimentos do Governo, no âmbito da conclusão do IC9. Esta é uma velha reivindicação da zona do Médio Tejo e o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos, diz-se agradado com a intenção do Governo e mostra-se esperançado que as obras possam avançar agora.
O Programa Nacional de Investimentos 2030, prevê para a melhoria da rodovia um investimento de 300 milhões de euros. O autarca de Abrantes diz que em função do montante envolvido fica esperançado que este seja o momento em que vai avançar a conclusão do IC9 e a construção da nova ponte.
O programa só prevê investimentos na rede rodoviária no Médio Tejo, o que merece críticas do presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) e da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro (PS). A comunidade mostra-se muito apreensiva e desapontada com a ausência de obras importantes nesta sub-região. Pedro Ribeiro aponta a ausência de investimento na Linha do Norte, referindo em particular a variante reclamada pelo município de Santarém e na conclusão do IC3/A13. Voltaremos a este assunto na próxima edição.

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