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Crise no CBEI chegou ao ponto das ameaças de morte
Gil Teixeira, presidente do CBEI, foi um dos que recebeu ameaças de morte anónimas pelo telefone

Crise no CBEI chegou ao ponto das ameaças de morte

Directores da instituição de Vila Franca de Xira foram alvo de ameaças anónimas via telefone há alguns meses e o caso está a ser investigado. O ambiente interno continua conturbado e o presidente da assembleia-geral demitiu-se.

Os membros da direcção do Centro de Bem-Estar Infantil de Vila Franca de Xira (CBEI) receberam durante algumas semanas chamadas telefónicas a ameaçá-los de morte caso a associação não começasse a regularizar os salários que estavam em atraso. O caso passou-se no final da Primavera e os dirigentes fizeram queixa na justiça e já estão a decorrer as diligências do Ministério Público para tentar apurar os autores das ameaças anónimas.
Gil Teixeira, presidente da instituição, confirma a O MIRANTE que se trataram de várias ameaças e que pelo menos numa delas as autoridades já conseguiram identificar o autor. “Ameaçaram matar-nos ou meter-nos numa cadeira de rodas, entre outras coisas simpáticas. Isto em relação a pessoas que estão apenas a tentar fazer o melhor pela instituição e garantir os postos de trabalho”, lamenta o dirigente. Os principais visados foram Gil Teixeira e a directora pedagógica do CBEI, Sónia Oliveira.
Entretanto a situação acalmou, a par com a melhoria da situação financeira do CBEI. “Ninguém gosta de estar sujeito a esta pressão psicológica mas que estamos no caminho certo, estamos. Quase todos os meses temos reuniões em Lisboa com a tutela e sabe bem ouvir que estamos a gerir bem o dinheiro público dos contribuintes”, explica Gil Teixeira. Desde Junho todos os trabalhadores têm a sua situação salarial regularizada, estando o subsídio de férias deste ano pago a 50 por cento. É intenção da administração pagar o restante até final do ano.
O CBEI é uma das principais associações da cidade de Vila Franca de Xira e desde o final de 2019 que tem passado por tempos conturbados devido a uma crise financeira sem precedentes. A direcção liderada por Gil Teixeira, que já herdou o problema, condena as ameaças e o que diz ser uma “campanha de descrédito” promovida por alguns sócios.

Presidente da assembleia renunciou
Entretanto, o presidente da assembleia-geral, Joaquim Manuel Queiroz, apresentou a demissão. Um grupo de sócios, que integra o movimento “Abraço ao CBEI”, continua a reclamar pela marcação de eleições antecipadas mas o presidente já veio garantir em comunicado que só uma destituição por um tribunal, devidamente transitada em julgado, ditará a sua saída.
“É lamentável que haja aproveitamento de uma situação financeiramente difícil, aliada a um contexto pandémico para o qual ninguém no mundo estava preparado e que originou alta imprevisibilidade em todos os processos de gestão e administração da instituição, para o preenchimento de objectivos de agendas pessoais e políticas”, condena a administração do CBEI em comunicado.
Explicam os dirigentes que nos últimos 12 anos houve simpatia para com os sócios, sem aumentos de mensalidades e quotas a par com um aumento das contratações e despesas, que agravou a contabilidade do CBEI. A Segurança Social, numa recente fiscalização, aconselhou a instituição a acabar com os “excessivos descontos” dados aos utentes e a reflectir uma aproximação das cobranças aos custos reais dos serviços que são prestados.
Dezoito por cento dos trabalhadores estão em lay-off parcial e a direcção espera que a medida seja temporária. “Só uma posição demagógica ou alheada do contexto pandémico que o mundo vive desde Março poderá interpretar a existência de alguns lay-off como um ataque aos profissionais da instituição”, defende a direcção.
Os dirigentes classificam de irresponsável a decisão dos sócios de chumbar as contas da instituição e avisam que isso poderá ter impactos na futura qualidade do serviço, estabilidade laboral e pagamento de vencimentos a trabalhadores e fornecedores.

Conselho de Fiscalização tem novas caras

António Pedro Barbosa é o novo presidente do Conselho de Fiscalização do CBEI, um órgão que tem como missão zelar pela transparência da instituição, fiscalizar as contas, orçamento e o funcionamento da administração. António Pedro Barbosa liderou a lista A, a única presente a sufrágio dos sócios. Os novos membros do Conselho de Fiscalização incluem também Hugo Alexandre Ribeiro, Maria Costa Luís e Evaristo Abreu. As eleições realizaram-se em assembleia-geral na sexta-feira, 20 de Novembro, em Vila Franca de Xira.

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