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Depois das reuniões de câmara online um engenheiro de Tomar inventou as reuniões de câmara on the road Jinglebélico Manuel Serra d’Aire O v

Jinglebélico Manuel Serra d’Aire

O vereador da Câmara de Tomar, José Delgado (PSD), deu um ar da sua graça recentemente ao participar numa reunião de câmara, realizada por videoconferência, enquanto conduzia o seu automóvel. Houve quem visse nesse episódio um sinal de dinâmica política da oposição, mas eu tenho outra leitura, mais do foro da psicanálise. Trata-se de uma resposta psicológica para compensar frustrações recentes na política.
Como sabes, José Delgado candidatou-se a conduzir os destinos da Câmara de Tomar nas autárquicas de 2017 mas chumbou no exame e ficou na oposição. Recentemente, quis conduzir a concelhia de Tomar do PSD e voltou a chocar de frente com a realidade, perdendo as eleições. Restava-lhe, pois, conduzir o seu automóvel e inaugurar a intervenção política itinerante. Depois do modelo de reuniões de câmara online o engenheiro Delgado inventou as reuniões de câmara on the road…
Nas últimas semanas andaram por aí as depressões Dora e Ernesto e, finalmente, comecei a acreditar que é nesta leva de alfabeto que vamos ter o furacão Manuel ou a tempestade Serafim. É que desde que inventaram esta mania de dar nomes às borrascas, seguindo o abecedário, ainda não nos coube a honra de vermos os nossos nomes nos telejornais, como os ernestos, as elsas e as doras desta vida.
Um Manuel ou um Serafim não podem ser menos que um Ernesto ou uma Dora, nomes populares igualmente já caídos em desuso. Ainda admitia a discriminação se, quem baptiza os temporais, tivesse como critério usar apenas nomes a atirar ao aristocrático, agora tão na moda, como Salvador, Martim ou Constança, mas como qualquer nome plebeu pelos vistos serve, há que reivindicar aquilo a que temos direito. Ou há moral ou comem todos!
E, já agora, por que não um ciclone Duarte, em homenagem ao deputado Duarte Marques, de Mação, autor de algumas das mais belas peças retóricas desta temporada política e que na semana passada voltou a brilhar ao questionar a peregrina ideia de instalar um “botão de pânico” nos quartos do SEF no aeroporto de Lisboa. Uma solução que andará entre a campainha das enfermarias e o “quebrar em caso de emergência” dos vidros dos autocarros; e também uma prova da ilimitada confiança que o Governo parece ter nessa polícia.
O Governo, BE e PAN andam a cozinhar uma alteração legislativa para impedir o acesso ou participação em touradas a jovens menores de 18 anos e esse pode ser um dos temas quentes de 2021, já que a pandemia não há-de durar sempre. Os defensores dessas proibições alegam que os espectáculos taurinos podem afectar o normal desenvolvimento da juventude. E eu concordo. Qualquer puto que leve uma cornada de um touro fica com o desenvolvimento comprometido (e a comer canja por uma palhinha), pelo menos enquanto não sararem as mazelas.
Filhoses e bolo-rei do
Serafim das Neves

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