Torres Novas aprovou um orçamento a rondar os 48 milhões de euros, o maior dos últimos oito anos, destinado a reforçar financeiramente as rubricas associadas à reabilitação urbana, à criação de emprego, à rede escolar, ao serviço de saúde, à rede social, à protecção civil, ao ambiente, à acção cultural e desportiva e à melhoria da qualidade dos serviços prestados.
O Orçamento Municipal e as Grandes Opções do Plano para o próximo ano caracterizam-se, de acordo com o executivo, em dois grandes ciclos. Um ciclo iniciado com o mandato em 2018, e outro que se abriu em Março de 2020, com a pandemia de Covid-19 e que obrigou “a políticas de antecipação a uma crise socioeconómica generalizada”.
Para a reabilitação urbana está alocada uma verba de 11.184.089 euros (mais três milhões que em 2020), destinada à aquisição e reabilitação de imóveis e melhoria do espaço público, assim como intervenções em rodovias, nomeadamente na Estrada Nacional 3, na Avenida José Loureiro Rosa, na Zibreira, na estrada de Fungalvaz a Alburitel e na Estrada Municipal 539 entre Pé de Cão, Lamarosa e Vargos.
Para a atracção de empresas competitivas e inovadoras há um reforço do orçamento, estando previsto um investimento de 2.377.039 euros que inclui a ampliação e infraestruturação da Zona Industrial de Riachos e da Zona Industrial de Torres Novas, e a reestruturação da Startup Torres Novas.
Os apoios educativos a crianças e jovens terão um investimento de 2.822.547 euros (semelhante ao de 2020). Nesta verba estão também incluídas as obras de requalificação do Centro Escolar de Santa Maria e da Escola Maria Lamas, assim como melhoramentos na Escola Artur Gonçalves.
Na área da saúde, com 2.090.897 euros atribuídos (mais cerca de 830 mil que no ano anterior), o objectivo é ampliar o Centro de Saúde e construir um novo edifício para a Unidade de Saúde Familiar Cardilium. Um milhão e 189 mil euros é a verba destinada a dar continuidade ao trabalho desenvolvido desde Março, resultante da pandemia de Covid-19 e que pretende reforçar o apoio financeiro aos Bombeiros Voluntários Torrejanos.
A valorização da dinâmica cultural, turística e desportiva é outros dos objectivos do município, para o qual alocou mais de dois milhões de euros. Incluem-se a reabilitação de equipamentos como o Pavilhão Gimnodesportivo de Riachos, o Estádio Municipal Dr. Alves Vieira, ou a remodelação das piscinas de ar livre.
Para as juntas de freguesia, no âmbito da descentralização de competências, está reservado um pacote de 23.587.644 euros. O orçamento total, de 47.890.050 euros, mais 9.918.665 euros que no ano anterior, foi aprovado por maioria na reunião extraordinária de 2 de Dezembro, com a abstenção do PSD e o voto contra do BE.

Oposição fala em orçamento eleitoralista e demagógico

O presidente do município, Pedro Ferreira (PS), defendeu que este orçamento finaliza um ciclo cumprindo o assumido com os munícipes desde o início do mandato, mas foi acusado pela oposição de eleitoralismo e demagogia. O vereador João Quaresma (PSD) manifestou preocupação com o crescimento do peso da estrutura camarária ao nível da despesa corrente e optou por se abster porque muitas das obras em curso tiveram o seu voto favorável. Já a vereadora do Bloco de Esquerda, considerou que o orçamento ignora a crise sanitária e votou contra. Helena Pinto lamentou ainda que nenhuma das quatro dezenas de propostas do seu partido tenha integrado o documento.