Pedro Pereira anunciou a 11 de Dezembro, através de comunicado, que vai abandonar o Partido Socialista. Uma decisão que surge cerca de três meses após a comissão política concelhia do PS de Benavente lhe ter retirado a confiança política.
O vereador na Câmara de Benavente, que inicialmente disse que nem se demitia do cargo nem deixava de representar o partido pelo qual foi eleito, vem agora pôr fim à sua ligação ao PS, dizendo que “merecia muito mais respeito e consideração, que não existiu quando [lhe] retiraram a confiança política na concelhia” que o próprio chegou a presidir.
“Perante esta canalhice que me fizeram e o silêncio da federação distrital e órgãos nacionais do PS, sinto que estes órgãos do partido, actualmente, não merecem mais a minha consideração e respeito, pois este PS deixou de ser um partido solidário”, sustenta o vereador.
Embora António Rabaça, actual presidente da concelhia do PS, tenha referido que a razão para o divórcio com Pedro Pereira era de “carácter interno”, fontes socialistas ouvidas por O MIRANTE garantiram, na altura, que entre os vários motivos estaria uma alegada traição por parte do vereador.
Numa mensagem a que tivemos acesso, recorde-se, Pedro Pereira anunciava a um militante que iria candidatar-se a presidente da Câmara de Benavente nas próximas eleições autárquicas, numa lista independente e que até já tinha sede. Chegava mesmo a convidar o militante a fazer parte da lista. A ideia, explicava, seria destruir o PS de Benavente, que não quer saber de resultados e está apostado em fazer política de interesses.
Já em 2019, um grupo de 19 militantes socialistas quis afastar Pedro Pereira da liderança do PS em Benavente, tornando público um documento a criticar a sua conduta enquanto presidente da comissão política concelhia. Acusavam-no, entre outras situações, de criar cisão dentro do partido, ameaçar e expulsar militantes, algo que Pedro Pereira veio negar e apelidar de campanha negra e suja.