Já todos nos sentimos injustiçados. Já todos congeminamos teorias da conspiração. Já todos sentimos impulsos violentos e vontade de fazer justiça pelas próprias mãos. Na esmagadora maioria das vezes a razão sobrepõe-se à emoção e as coisas ficam por aí. Mas nem sempre é assim. Foi o que aconteceu com o empresário que agrediu o presidente da Câmara de Abrantes numa reunião pública. Acredito que o senhor já se tenha arrependido do seu acto irreflectido porque a violência não é solução e se as coisas já estavam mal para o seu lado, agora só tendem a piorar.
Igualmente grave foi a onda de comentários nas redes sociais a apoiar ou mesmo a incentivar este tipo de actos que, sublinho, foram cometidos sobre uma pessoa eleita democraticamente e que representa os cidadãos de Abrantes. Esta horda trauliteira que enxameia as caixas de comentários destilando ódio e cultivando a violência, purgando assim as suas frustrações, é a legítima herdeira do povoléu que se deleitava a assistir às fogueiras da Santa Inquisição. Está-lhes no sangue, por muito que gastem em verniz…
José C. Reis