No início de Dezembro, o conselho de Administração da Águas do Ribatejo divulgou um comunicado em que, respondendo às críticas relativas a facturas elevadíssimas, diz que os raros erros que existem nesses casos são sempre corrigidos, salientando, no entanto, que na esmagadora maioria dos casos, as facturas alvo de reclamações traduzem o que foi consumido pelos clientes.
Tenho acompanhado as notícias sobre as tais facturas muito elevadas e, perante esta informação, o que eu gostava de saber é como a empresa justifica um erro como aquele que já assumiu, da senhora Rosária Pelev, 71 anos, de Vale Mansos, Coruche, que costumava receber uma factura de 10 euros e de repente foi confrontada com uma de quase quatro mil euros?
O que aconteceria se ela, por absurdo, tivesse aceite a factura como correcta e a tivesse pago? E como ela, as restantes 116 pessoas que também reclamaram e viram as reclamações aceites. Sem reclamação não haveria reconhecimento de erros, não é verdade?
E será descabido pensar que terá havido muitos outros clientes cujas facturas estavam erradas mas que pagaram por a diferença em relação ao que costumam pagar não ser muita?
O que foi denunciado é grave e não basta dizer que se as pessoas reclamarem com bons modos e a empresa concluir que errou, o erro é rectificado. O essencial é não errar tanto e com erros do tamanho de casas, como estes. Quando isso acontece é difícil restaurar a confiança dos clientes. E a Águas do Ribatejo tem errado muito... e em grande!
João Francisco Gomes