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Partidos têm poucos militantes activos e a escolha de candidatos é tipo tertúlia

A nossa participação cívica em organizações é mínima, mesmo que consideremos apenas a escolha de órgãos sociais. Basta olhar para eleições em associações, bombeiros, clubes de futebol, etc... para verificar que num universo de centenas ou milhares de associados votam normalmente meia dúzia de gatos pingados.
Na política é o mesmo. A abstenção é, em quase todas as eleições, igual ou superior a cinquenta por cento. Nos partidos políticos locais, mesmo nos que governam municípios de razoável dimensão, passa-se o mesmo. Em Vila Franca de Xira a escolha do próximo candidato do PS à presidência da câmara foi feita por cinquenta e dois militantes.
Naquele concelho há quase 112 mil eleitores. Nas autárquicas de 2017 votaram pouco mais de 54 mil (48,37%). No PS, que ganhou a câmara, votaram 21.141 eleitores mas o candidato é escolhido pelos seus 54 militantes. Dá que pensar. Pelo menos a mim dá-me que pensar. Se o candidato não pertencesse a nenhum partido tinha que recolher quatro mil assinaturas para poder concorrer. Como é de um partido já legalizado, isso não é necessário.
Dos 54 militantes do PS de Vila Franca de Xira votaram 52 para escolher o candidato a presidente de câmara. E no candidato escolhido votaram apenas 42 militantes. Para mim trata-se de uma dimensão de tertúlia. E no entanto, o concelho tem 140 mil habitantes e o orçamento municipal é de 76 milhões de euros.
Ernesto Sequeira

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