O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, diz que o projecto de reparação dos rombos no dique do mouchão da Póvoa de Santa Iria está na fase final de elaboração e que a obra será executada até ao final do próximo ano. O responsável transmitiu a novidade num seminário online promovido a 12 de Dezembro pela Câmara de Vila Franca de Xira dedicado ao rio Tejo e à fiscalização das suas águas.
Pimenta Machado referiu-se ao mouchão dando conta que a APA procedeu à identificação dos rombos e está a finalizar a reformulação do projecto de intervenção, em conformidade com a realidade e situação actual do mouchão, que está muito mais danificado do que estava em 2016, quando o município reportou o problema, pela primeira vez, à APA.
Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, manifestou estranheza por tomar conhecimento “de uma informação tão relevante para o concelho no contexto de um seminário”. Ainda para mais porque as questões colocadas pela câmara municipal quer à APA quer ao Ministério do Ambiente sobre o assunto não têm tido resposta.
O autarca já tinha dito a O MIRANTE, no âmbito da edição especial de aniversário do nosso jornal, que a recuperação do mouchão devia ser considerada uma das grandes prioridades ambientais do concelho.
Alberto Mesquita considera positiva a nova informação avançada pela APA mas não nega que seja algo já ouvido no passado, por isso espera que desta vez a promessa seja cumprida. “Falei também da importância da navegabilidade no Tejo, que é uma informação relevante e importante, agora vamos esperar que tenha sequência”, frisou na última reunião pública do executivo.

Obra prometida para 2018
O Mouchão da Póvoa, com 1.200 hectares, é um dos três mouchões existentes no concelho de Vila Franca de Xira e caracteriza-se pela actividade agrícola que ali foi em tempos desenvolvida. Em 2016, recorde-se, a Câmara de Vila Franca de Xira alertou a APA para a existência de um rombo grave num dos diques de protecção do Mouchão.
Depois de vários alertas, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, chegou a anunciar em Maio de 2018 a reabilitação daquela ilha, numa intervenção orçada em cerca de 1,7 milhões de euros. Contudo, a obra, com previsão de conclusão até ao final do ano de 2018, nunca chegou a arrancar, devido a novas exigências da APA.