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A vida de Marisa e Martim melhorou  mas as dificuldades continuam a ser muitas
Marisa Pereira e o filho, Martim, passaram mais um Natal repleto de dificuldades mas onde não faltou amor

A vida de Marisa e Martim melhorou  mas as dificuldades continuam a ser muitas

Marisa Pereira continua a viver sozinha com o filho, Martim, que sofre de paralisia cerebral, na Póvoa de Santa Iria. As ajudas continuam a ser poucas e com a pandemia ficaram ainda mais reduzidas. A cadeira de rodas que lhe foi oferecida por um leitor de O MIRANTE há três anos continua a ter bom uso.


A vida de Marisa e Martim, da Póvoa de Santa Iria, melhorou nos últimos três anos, desde que O MIRANTE esteve na casa da mãe e do seu filho que sofre de paralisia cerebral. Mas as coisas ainda estão longe de serem perfeitas. Marisa, hoje com 32 anos, continua a viver e a apoiar sozinha o filho, Martim, de 12 anos, praticamente sem ajudas e a viver apenas do seu salário.
A cadeira de rodas que um leitor ofereceu ao Martim depois de ter ficado sensibilizado com a reportagem do nosso jornal continua a ter bom uso, mas a criança já começa a ser grande demais para ela. “As coisas melhoraram quando ele recebeu a cadeira. Foi uma grande alegria e só tenho pena de nunca ter conhecido quem a deu porque a pessoa quis ficar no anonimato”, recorda Marisa, que vive na Póvoa há cinco anos.
Os tempos de caixa de supermercado já passaram. Marisa trabalha agora num armazém de produtos para bricolage e jardim há mais de um ano e meio, embora a pandemia tenha acrescentando mais dificuldades na sua vida. Martim é uma criança de risco e por isso não pode ir à escola, tendo aulas em casa. A mãe, por ter de trabalhar, nem sempre consegue estar com ele e conta com a ajuda de uma vizinha que fica com Martim enquanto ela está fora.

Sem fisioterapia
o problema agrava-se
“A única ajuda financeira que temos é o abono de família de 30 euros e um subsídio de inclusão de 182 euros. O resto é do meu ordenado”, lamenta. O que mais magoa Marisa é não poder acompanhar o filho à fisioterapia. Martim está a perder ainda mais mobilidade nas pernas por não frequentar essa actividade desde que a pandemia começou. “Não temos quem possa ir com ele e não há transportes. Quando ele começou a ter as terapias o horário não dava para mim. E só o consigo ter numa unidade onde seja gratuito porque não consigo pagar sozinha”, lamenta.
A somar ao rol de dificuldades, Marisa luta contra uma depressão que lhe rouba as forças em muitos dias. Apesar de ser uma lutadora admite que em alguns dias a luta é difícil. “Há muitas vezes em que vou abaixo, fico por casa e não consigo trabalhar. Estou assim desde que o meu pai faleceu. Há dias melhores e piores mas tento sempre pensar que tenho de seguir em frente e enfrentar o dia”, refere.
O caso de Martim foi notícia em Novembro de 2017 quando a mãe lançou uma campanha de angariação de fundos para comprar uma nova cadeira de rodas para a criança, que custava 2.500 euros. Ao longo dos nove anos de vida, o único apoio que Martim tinha tido foi a sua primeira cadeira, doada pelo Centro de Paralisia Cerebral do Lumiar, em Lisboa. Martim está hoje no sétimo ano, é um rapaz alegre e muito curioso com o mundo que o rodeia. A adaptação à escola não foi fácil, devido às suas limitações físicas, mas neste momento já se dava bem com os colegas, com quem passava os intervalos a brincar.
Considerado pelos professores como um bom aluno, tem como disciplina favorita Estudo do Meio e a profissão de sonho é ser professor, contou na altura a O MIRANTE. Desde que nasceu que Martim vive com a mãe, já que esta não se relaciona com o pai do menino. Martim nasceu prematuro na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, com 600 gramas de peso. Quando fez um ano é que a mãe se apercebeu que alguma coisa não estava bem, tendo-lhe sido diagnosticada paralisia cerebral.

A vida de Marisa e Martim melhorou  mas as dificuldades continuam a ser muitas

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