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Covid: as escolas de Lisboa e Vale do Tejo foram as mais atingidas
A Escola Secundária Santa Maria do Olival, em Tomar, esteve encerrada durante duas semanas devido a um surto de Covid-19

Covid: as escolas de Lisboa e Vale do Tejo foram as mais atingidas

Na abertura oficial do ano lectivo o ministro da Educação defendeu a importância de manter as escolas abertas com ensino presencial, reconhecendo, no entanto, que essa seria uma decisão das autoridades de saúde em articulação com os directores de agrupamentos. Decorridos três meses de aulas O MIRANTE faz um apanhado de como correu o primeiro período nas escolas da região.

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, realçou no início do ano lectivo, há cerca de três meses, a importância de manter as crianças e jovens nas escolas para aprender, mas também para cuidar da sua saúde mental e física. Durante o primeiro período, em boa parte das escolas da região a Covid andou por perto e obrigou professores, alunos e auxiliares a ficar por casa e alguns estabelecimentos a encerrar.
A escola básica e jardim-de-infância das Fontainhas, nos arredores de Santarém, esteve fechada uma dezena de dias em Outubro, devido a um caso confirmado de Covid-19 numa criança que frequenta o ensino pré-escolar. Segundo Margarida da Franca, da direcção do Agrupamento de Escolas Alexandre Herculano, a opção pelo fecho deveu-se ao facto das professoras e assistentes que contactaram directamente com a menina terem que aguardar em casa o resultado do teste antes de voltarem à escola. A decisão foi tomada em conjunto com a Delegada de Saúde de Santarém.
No mesmo agrupamento, a escola de primeiro ciclo do Mergulhão encerrou na primeira semana de Novembro para desinfecção, depois de duas professoras, uma assistente operacional e 12 alunos terem tido resultado positivo no teste ao novo coronavírus.
Em Tomar, a Escola Secundária Santa Maria do Olival encerrou a 16 de Novembro durante duas semanas. O encerramento foi autorizado pela Delegada de Saúde depois de se terem detectado vários casos positivos em sete das 28 turmas do estabelecimento de ensino. Na altura, Anabela Freitas, presidente do município, contou a O MIRANTE que apesar de não haver um número significativo de casos optou-se pelo encerramento como medida de conter a propagação do vírus.
A meados de Novembro duas turmas da escola básica de Aveiras de Cima e outras duas da escola Vale Aveiras ficaram de quarentena após o registo de casos positivos em ambos os estabelecimentos. Na mesma altura, também uma turma da Escola Secundária de Azambuja ficou em isolamento depois de se confirmar que uma das alunas, filha de uma funcionária da Santa Casa da Misericórdia tinha testado positivo. Em nenhum dos casos foi necessário recorrer ao encerramento das escolas.
No final de Novembro havia quatro turmas com casos positivos em escolas de Constância. Três turmas ficaram em isolamento, mas a quarta, da Escola Luís de Camões, não foi para quarentena. A situação levantou dúvidas por parte da comunidade levando até o presidente do município, Sérgio Oliveira, a ter de intervir para explicar o sucedido. O autarca justificou que a decisão partiu da Delegada de Saúde e baseou-se no facto de a aluna ter estado apenas uma hora na escola, não havendo por isso, no seu entender, “necessidade de estar a pôr o resto da turma em isolamento”.

Escolas têm liberdade de acção
Os dados mais recentes da Direcção-Geral de Saúde (DGS) apontam a Região de Lisboa e Vale do Tejo como a mais afectada pela pandemia de Covid-19 ao nível das escolas, ao registar, a 15 de Dezembro, 62 dos 76 surtos activos em contexto lectivo.
Contactado por O MIRANTE, António Pina Braz, director do Agrupamento de Escolas Dr. Ginestal Machado, em Santarém, confirma que já houve vários casos no agrupamento e que recentemente havia duas turmas em isolamento. Confrontado com o facto de haver decisões díspares nas várias escolas e agrupamentos que por vezes tratam de forma diferente casos semelhantes, Pina Braz afirma que as indicações gerais têm sido dadas pelo Ministério da Educação e pela DGS, mas cada instituição de ensino tem liberdade de acção.
Não se mostrando tão optimista como o primeiro-ministro, que enalteceu o funcionamento do primeiro período do ano lectivo, que correu “muitíssimo bem”, Pina Braz diz que teme o pior no regresso às aulas em Janeiro. O receio de contágio existiu durante todo o primeiro período e vai continuar a existir sobretudo depois do aligeirar das medidas preventivas anunciado pelo Governo para a época natalícia.

Professores e auxiliares fazem balanço negativo

A prestação do Governo na gestão da pandemia da Covid-19 nas escolas mereceu nota negativa da Federação Nacional da Educação (FNE), que num balanço do primeiro período acusa a tutela de agir como se estivesse tudo normal. “Não se entende, como a FNE tem vindo a denunciar, que neste contexto o Ministério da Educação continue a pensar, ou pelo menos a agir, como se estivéssemos a viver um período normal, sem que sejam adoptadas as medidas excepcionais que a situação anormal que vivemos está a exigir”, lamentou a estrutura em comunicado.

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