Dois anos depois da assinatura de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Educação e a Câmara de Vila Franca de Xira para a requalificação urgente da degradada e sobrelotada Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Vialonga, nada foi feito e os problemas continuam.
Professores, auxiliares e pais esperam há muitos anos por obras que acabem de vez com as más condições em que se ensina e aprende naquela escola, com falta de salas, aulas em contentores, infiltrações e sobrelotação de turmas. Os trabalhos anunciados pelo Governo em 2018, e que deveriam ter ficado concluídos até ao final de 2020, não se concretizaram.
A Câmara de Vila Franca de Xira já cumpriu a sua parte do acordo mas do Ministério da Educação ainda não há luz verde. O presidente do município, Alberto Mesquita (PS), deixou um recado aos líderes governamentais na última reunião de câmara, lembrando que promessa deixada deve ser promessa honrada. “Acredito que as obras vão avançar até ter uma prova em contrário. Não por ser um Governo da minha família política mas sim porque quando um governante me diz algo eu tenho de acreditar nele”, avisa.
O município está a substituir-se ao Estado central na substituição das coberturas de amianto nas escolas do concelho mas a de Vialonga foi propositadamente deixada de fora. “Não faria sentido meter uma nova cobertura e depois destruir e perder todo esse investimento ao concretizar a nova escola”, explica Alberto Mesquita.

Município disponível
para avançar
A intervenção naquela escola não está nas mãos do município, a quem apenas competia elaborar o projecto. Mas a autarquia está disponível, lembrou Mesquita, para contratualizar com o Ministério da Educação as obras, se necessário. “Podemos avançar com a verba e sermos depois ressarcidos”, explica.
A requalificação da escola de Vialonga, uma das que está em pior estado no concelho, tinha um orçamento próximo dos seis milhões de euros. Os projectos de arquitectura e especialidade foram da responsabilidade da câmara. As obras deveriam criar mais salas, ampliar espaços exteriores e criar gabinetes para professores e actividades, adaptando-se às necessidades actuais e abrindo a porta ao ensino secundário. Ainda que, como O MIRANTE noticiou, algumas necessidades continuassem sem estar previstas em projecto, como um pavilhão para exercício físico e salas para a Orquestra de Vialonga.
Em Setembro o Conselho de Ministros aprovou uma autorização de despesa a rondar os 20 milhões de euros para pagamentos da contrapartida pública nacional nos investimentos em escolas dos segundos e terceiros ciclos do ensino básico, financiados pelo Portugal 2020, que permitirão alavancar investimentos totais a rondar os 250 milhões de euros para requalificação e modernização de 164 escolas em todo o país, cuja lista em concreto ainda não foi revelada, desconhecendo-se se Vialonga a integra.