Santarém e Vila Franca de Xira dominaram tauromaquia em 2020
Num ano atípico, as cidades de Santarém e Vila Franca de Xira tiveram os melhores resultados na área tauromáquica, em número de espectáculos e de artistas. São duas terras aficionadas e que mantém a tradição da festa brava, apesar das contestações a este sector.
Santarém e Vila Franca de Xira dominam os números do relatório da actividade tauromáquica de 2020. A capital escalabitana destacou-se com a praça de toiros que teve o maior número médio de espectadores, apesar de apenas ter realizado uma corrida. A cidade a norte do distrito de Lisboa foi a que realizou mais espectáculos e destacou-se ainda pelos forcados que foram os que tiveram mais actuações. Este ano, devido à pandemia, houve uma queda abrupta do número de espectáculos tauromáquicos, num total de 42, um quarto em relação a 2019, ano em que houve 174.
Na única corrida realizada em Santarém, a praça Celestino Graça acolheu 5.719 espectadores, mais que as cinco realizadas na Palha Blanco em Vila Franca de Xira, que tiveram um total de 4.660 aficionados. A praça do Campo Pequeno (Lisboa) foi a que teve o maior número de corridas (7) e a maior quantidade absoluta de espectadores (19.669), mas fica abaixo de Santarém na média de pessoas por corrida, que é de 2.800, o que se explica também pelo tamanho das bancadas, já que a praça da capital do país tem 6.842 lugares, menos 4.596 que a Celestino Graça. De assinalar que a praça de Coruche teve duas corridas com um total de 4.498 pessoas nas bancadas.
Apesar da pandemia e das restrições, que obrigaram a reduzir para metade ou um terço o número de pessoas nas touradas, consoante as características das bancadas, a Inspecção Geral das Actividades Culturais (IGAC) diz que mesmo assim não houve, em termos de média, uma grande queda no público. “O número médio de espectadores por espectáculo (1.581) terminou por não estar muito aquém de outros anos”, dando como referência o pior ano, 2013, que registou uma média de 1.800 assistentes por corrida. A maior parte das touradas realizou-se entre Agosto e Outubro, num total de 36 corridas, das quais 14 foram no mês de Setembro.
No número de actuações, os artistas de Vila Franca de Xira destacaram-se, com o cavaleiro Francisco Palha a participar em nove corridas, as mesmas que António Ribeiro Telles de Coruche. No toureio a pé, dois matadores da cidade, com formação na Escola José Falcão, foram os únicos a serem contratados para corridas. Nuno Casquinha participou em dois espectáculos e António João Ferreira (Tó-Jó) em um. Destaque ainda para Mara Pimenta, de Almeirim, que dominou as estatísticas dos cavaleiros praticantes, com quatro espectáculos, mais um que António José Ribeiro de Telles. A toureira de Almeirim, a também cavaleira praticante Soraia Costa (com uma contratação cada) e a novilheira praticante Paula Santos (1) são as únicas mulheres a figurarem no relatório da IGAC.
Nos grupos de forcados, os Amadores de Vila Franca de Xira ficaram no topo da lista com seis actuações, seguidos dos Amadores de Santarém com cinco espectáculos. Destacaram-se ainda os grupos amadores de Coruche e Chamusca, cada um com quatro actuações, seguindo-se Azambuja com três. Com a participação em duas corridas, cada, estiveram os grupos: Aposento da Chamusca, Amadores do Ribatejo (Benavente) e Amadores de Tomar. O grupo do Cartaxo fez um espectáculo.
Número de espectadores mantinha-se perto dos 400 mil desde 2015
Desde 2011 o número de espectáculos tem vindo a diminuir a nível nacional, mas estava estabilizado em 2018 e 2019, com 173 e 174 espectáculos respectivamente. Em 2011 houve 274 e em 2016 foram 191. O número de espectadores tem-se mantido perto dos 400 mil entre 2015 (395.463) e 2019 (383.938). A média de pessoas por espectáculo tem tido um ligeiro crescimento, com 1.900 no ano de 2015 e 2.207 em 2019. A IGAC realça que dos 42 espectáculos tauromáquicos, 38 ocorreram durante a fase de pandemia, sendo que em cerca de metade estiveram presentes equipas de inspecção. Em 2020 não se realizaram iniciativas em praças desmontáveis.