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Das piruetas nas ruas do Sobralinho  a treinadora de ginástica acrobática
Cátia Messias está a formar os futuros talentos da ginástica acrobática nacional e é também professora de educação física na Fundação CEBI de Alverca

Das piruetas nas ruas do Sobralinho  a treinadora de ginástica acrobática

Cátia Messias é um rosto conhecido da ginástica acrobática nacional. Já recebeu diversos galardões do município e da Junta de Alverca. Tem um palmarés vasto na modalidade como atleta e agora também como treinadora. É uma mulher exigente com as suas atletas e exige-lhes até à última gota de suor para obterem resultados. É assim que tem conseguido que estejam ao mais alto nível nos campeonatos onde têm participado.

Estar ao mais alto nível nas competições internacionais exige esforço, sacrifício e conseguir treinar com o corpo dorido, indo muitas vezes além dos limites rumo ao sonho de alcançar bons resultados. É assim que nascem as campeãs e o concelho de Vila Franca de Xira é rico em jovens talentos que precisam de ser potenciados, defende Cátia Messias, um rosto conhecido da ginástica acrobática.
Nasceu em Vila Franca de Xira mas sempre viveu no Sobralinho. Os pais têm um café na localidade e a mãe desde cedo não quis que a filha ficasse no café depois das aulas e por isso desafiou-a a praticar a modalidade no extinto Grupo Desportivo da Cimpor, em Alhandra. Com seis anos, Cátia iniciou-se na ginástica rítmica e depois mudou para a acrobática nunca mais tendo parado.
“Quando era pequena fazia o pino e ginástica nas ruas do Sobralinho, no alcatrão, havia pouco trânsito”, recorda com um sorriso. Diz a O MIRANTE ficar encantada com a pacatez e o espírito de bairro que existe naquela localidade, onde quase toda a gente a conhece. “As pessoas do Sobralinho são o seu principal valor. Sempre me apoiaram nos meus sucessos desportivos e gosto muito da minha terra”, afirma.
Em Junho de 2019 Cátia recebeu o galardão de mérito desportivo atribuído pela junta de freguesia nas comemorações do dia da elevação do Sobralinho a vila. O seu percurso como atleta é vasto: foi dez vezes campeã nacional; nas primeiras competições internacionais em que participou alcançou um primeiro e segundo lugar na África do Sul; esteve quase sempre entre os dez primeiros nos campeonatos do Mundo mas o feito desportivo que mais a orgulha aconteceu em 2001.
“Juntamente com a treinadora Alda Silva, de quem sou hoje muito amiga, conseguimos conquistar três medalhas para Portugal no Campeonato da Europa e alcancei o título de vice-campeã da Europa. Na altura foi das primeiras medalhas que Portugal ganhou num Campeonato da Europa. Foi recompensador”, recorda Cátia, que fez uma tatuagem para marcar a importância da conquista.
Nos World Games, jogos para as modalidades que estão excluídas das olimpíadas, alcançou um terceiro lugar. Desde 2006 que passou a treinadora e tem sido responsável por campeãs nacionais e internacionais e ginastas que integram a selecção nacional. Hoje, com 41 anos, é professora de educação física no Colégio José Álvaro Vidal da Fundação CEBI, em Alverca, e treina os atletas do Gimnofrielas, em Loures, onde partilha o pavilhão com os técnicos Alda Silva e Mauro Policarpo. Nos dois locais treina mais de centena e meia de ginastas.

“A preguicite
tira-me do sério”
Cátia Messias não tem dúvidas: os jovens talentos detectam-se de imediato e as jovens promessas saltam sempre à vista. “Desde a primeira cambalhota que conseguimos ver quem tem talento para ir mais longe”, explica. Diz que a preguiça a tira do sério, especialmente por ser uma pessoa que exige sempre o máximo de si e aos seus atletas. “Exijo sempre até à última gota de suor. Nesta modalidade para ter sucesso é preciso exigência e compromisso. A preguicite tira-me do sério. Só tirando o máximo conseguimos alcançar os objectivos a que nos propomos no início da época”, confessa.
A escassez de rapazes é um problema antigo que decorre da ideia de que a ginástica acrobática é um desporto de meninas. “É preciso mudar as mentalidades. Muitos rapazes têm jeito e gostam de treinar mas não querem dar o braço a torcer”, lamenta.
A pandemia e os confinamentos são o maior desafio para os treinadores. Muitos jovens desmotivam-se com as aulas online, alguns saíram em 2020 para não voltar e os que voltaram vão agora novamente para casa.
“Os jovens hoje têm muitas distracções e as redes sociais são a pior de todas. O vício é estar agarrado ao telefone e se pudesse impunha menos tempo nas redes”, critica. A treinadora elogia o papel do município na promoção do desporto e só gostava que fosse feita uma maior aposta na ginástica acrobática sobretudo ao nível das condições em pavilhão.

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