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Valamatos diz-se “fragilizado”  depois da agressão em reunião de câmara 
Manuel Valamatos ainda não superou o episódio de violência

Valamatos diz-se “fragilizado”  depois da agressão em reunião de câmara 

O presidente da Câmara de Abrantes diz ter ficado emocionalmente afectado depois de ter sido agredido com um cajado pelo empresário Jorge Ferreira Dias. Autarca afirma que “não merecia”.


As sequelas físicas da agressão sararam mas as marcas psicológicas continuam presentes. O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), ainda não esqueceu o dia em que foi ameaçado e agredido com um cajado em reunião pública do executivo. O agressor, o empresário Jorge Ferreira Dias, detido a 22 de Dezembro, aguarda julgamento em prisão domiciliária com pulseira electrónica.
O autarca, que teve de receber assistência hospitalar, pronunciou-se pela primeira vez sobre o episódio, ao fim de três semanas, confessando que ficou “brutalmente fragilizado”, não só pela agressão mas por aquilo que considera ter sido um ataque à democracia e aos seus órgãos.
“No exercício das nossas funções somos homens e mulheres. Temos as nossas famílias, amigos e obviamente que além das questões físicas houve questões emocionais que continuam a deixar-me fragilizado”, afirmou na última reunião camarária, depois de os vereadores da oposição PSD e do Bloco de Esquerda terem lamentado o ocorrido.
Lembrando que “este é um assunto que não está findado” e cujo processo continua a decorrer na justiça, o presidente do município quis vincar que nunca o tratou nem vai tratar como uma questão política. Só o é, acrescentou, “para aqueles que se aproveitam da fragilidade de um homem que tem o direito de se manifestar, desde que em conformidade com a lei, para fazer política”. Depois da invasão à reunião do executivo, seguida de agressões que visaram também o vice-presidente, João Gomes e uma funcionária do município, Jorge Ferreira Dias acabou detido pela Polícia de Segurança Pública.
Embora o protesto do empresário tenha sido repudiado por muitos, acabou por encontrar apoio noutros. Dirigindo-se a estes últimos, Manuel Valamatos disse que são “pessoas sem o mínimo de dignidade e responsabilidade”. E destacou que sempre recebeu o empresário de forma cordial e entendeu as suas frustrações, mas que não tinha outra hipótese senão respeitar a decisão do tribunal.
Recorde-se que Jorge Ferreira Dias, empresário e ex-construtor civil, culpa o município de Abrantes de lhe ter arruinado o negócio e a vida devido a uma série de situações. Avançou para a justiça, pediu uma indemnização de cerca de seis milhões de euros, mas o Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria deu razão à câmara municipal.
Manuel Valamatos quis sublinhar que “não merecia” ser maltratado por Jorge Ferreira Dias, lembrando que o litígio com a autarquia tem “mais de 30 anos” e que enquanto autarca não teve qualquer responsabilidade nesse processo.
Referindo que jamais poderia “contrariar uma decisão do tribunal”, o presidente da Câmara de Abrantes afirmou ainda que “os serviços sociais ajudaram Jorge Ferreira Dias”. O empresário, que chegou a ser uma das pessoas mais ricas de Abrantes, sustenta-se há vários anos com o Rendimento Social de Inserção.

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