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Moradores da Fajarda não conseguem ligar esgotos à rede de saneamento
António Matias e Pedro Martins são dois dos moradores que pedem à Águas do Ribatejo que crie condições para poderem fazer a ligação dos esgotos à rede

Moradores da Fajarda não conseguem ligar esgotos à rede de saneamento

Em duas ruas, grande parte dos moradores ainda não fez a ligação dos esgotos aos colectores de saneamento básico instalados há mais de cinco anos. As caixas ficaram a uma cota superior às soleiras e o problema só tem solução recorrendo a bombagem.

Da dezena e meia de casas na Rua da Escola, na Fajarda, concelho de Coruche, há pelo menos nove por ligar à rede de esgotos. As obras de saneamento básico nessa artéria, a cargo da Águas do Ribatejo, foram realizadas há cerca de cinco anos e desde então as habitações cuja soleira está a uma cota mais baixa que os colectores têm apenas como solução instalar um sistema eléctrico de bombagem. Os moradores reclamam que as tubagens poderiam ter sido colocadas a maior profundidade e afirmam que não vêem outro motivo para tal não ter sido feito a não ser para a empresa “poupar dinheiro”.
António Matias e Pedro Martins são dois dos moradores que pedem à Águas do Ribatejo que sejam criadas condições para fazer a ligação do esgoto, obrigatória por lei sempre que o colector esteja a menos de 20 metros do limite das propriedades. Os moradores pagam a taxa de saneamento, junto com a factura da água, há cinco anos, e não se importam com isso. O que queriam mesmo era ver o assunto resolvido numa zona onde, dizem, vivem muitos reformados que não têm posses para comprar bombas e aumentar a potência dos quadros eléctricos para que estas possam funcionar.
A alguns metros de distância, na Rua de Santo António, o cenário repete-se. É ali que Leonel possui o café com o nome da família, “Machado”. Aquando das obras para construção da rede de saneamento básico, Leonel, ex-construtor civil, alertou os técnicos e até chegou a reunir com a Águas do Ribatejo, mas nada foi feito. As obras avançaram como planeado e tanto o café como as duas dezenas de habitações próximas dessa via ficaram sem acesso às caixas de esgoto (a não ser por bombagem).
Leonel sente-se duplamente prejudicado porque é proprietário do café na Rua de Santo António e reside na Rua da Escola onde existe o mesmo problema. Saturado, enviou uma carta à Águas do Ribatejo e a resposta que obteve, tanto ele como todos os moradores que optaram por reclamar, foi que era obrigado a fazer a ligação, caso contrário sujeitavam-se a uma coima.

Situação tem que ser avaliada no terreno
Francisco Oliveira, presidente da Águas do Ribatejo e da Câmara de Coruche, afirmou a O MIRANTE que esta resposta, dada pelos serviços técnicos da Águas do Ribatejo, é a resposta padrão tendo em conta o que dizem os regulamentos da empresa. “Sempre que as habitações estejam abaixo da cota do arruamento e que por via gravítica não se possam ligar, a ligação deve ser feita através de bombagem”, refere o edil. Acrescenta que haverá com certeza circunstâncias diferentes - “umas podem ser por meio metro e outras por cinco centímetros” - pelo que a situação terá que ser avaliada no terreno.
De acordo com o regulamento, as caixas de ramal têm que estar a uma profundidade entre os 60 cm e 1,20 m. Se estiverem mais baixas não permitem que se faça a limpeza. Antes do início da execução da pavimentação da Rua da Escola, agendada para breve, Francisco Oliveira garante que a situação será revista com o empreiteiro e que nos casos onde a diferença seja mínima (10, 15 ou 20 cm) se irá tentar baixar a caixa para que os moradores possam fazer a ligação.
Contactado por O MIRANTE, o presidente da União de Freguesias de Coruche, Fajarda e Erra, Nuno Azevedo, refere que há várias situações dessas não só na Fajarda, mas também em Coruche. Adianta que são questões técnicas que desconhece e que têm que ser resolvidas entre a Águas do Ribatejo e os clientes. O que sabe é que algumas das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do concelho, incluindo a da Fajarda, estão com capacidade deficitária, isto é, têm dimensão para uma capacidade superior e necessitam dessa capacidade para poder funcionar bem.

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