Os intrigantes aumentos dos orçamentos de câmaras e juntas de freguesia
Leio muitas notícias referentes a aumentos dos orçamentos de câmaras municipais e de juntas de freguesia e fico intrigado. Nos casos em que esse aumento é para o dobro fico mesmo perplexo.
Se uma autarquia, num determinado ano, prevê gastar xis e no ano seguinte o dobro, isso devia significar que vão entrar o dobro das receitas ou que, no ano anterior, não foi gasto nenhum dinheiro daquele que estava previsto gastar, estando agora ele disponível.
Não me lembro de ter lido que o Governo vai aumentar para o dobro as verbas do Orçamento de Estado para as autarquias. Nas reuniões autárquicas o que oiço é decisões para cobrar menos dinheiro, diminuindo, taxas, tarifas, licenças, etc. Vêm aí fundos comunitários, é verdade. Mas não há financiamentos a cem por cento.
Se não entram receitas de onde vem o dinheiro que se prevê gastar? Ou a coisa resume-se a alguma criatividade e sabe-se à partida que os investimentos previstos não irão ser feitos?
Nuno Jorge da Palma