Muitas Misericórdias e lares da região vacinaram indevidamente membros dos seus corpos sociais desrespeitando as regras definidas para as prioridades de vacinação. E o mesmo aconteceu um pouco por todo o país envolvendo outros dirigentes e autarcas. Foi uma péssima imagem aquela que deram. E se alguns dirigentes são pessoas que, no dia-a-dia, trabalham nos lares, em contacto com pessoas idosas ali residentes, na maioria dos casos não é isso que acontece. A primeira reacção é exigir que tais pessoas venham a ser penalizadas por aquele acto sem ética, nomeadamente através de multas. No entanto, para quem sabe como se passam estas coisas, é bom que se perceba que, em muitos casos, os culpados, até pela posição que ocupam nas suas instituições, vão conseguir que sejam elas a pagar as multas que lhes forem aplicadas e, em caso de contestação, que sejam também as instituições e câmaras municipais a suportar os custos com advogados e tribunais. Ou alguém imagina que a falta de ética e tal gente a nível das vacinas foi um caso isolado?
Carlos Manuel Bencatel Lemos