Casa Memorial Humberto Delgado vai finalmente ter obras
Candidatura da Câmara de Torres Novas a fundos comunitários foi aprovada. Edifício no Boquilobo vai ser transformado num centro de estudos sobre o republicanismo e oposição à ditadura.
A Casa Memorial Humberto Delgado, no Boquilobo, concelho de Torres Novas, vai ser transformada num centro de estudos sobre o republicanismo e oposição à ditadura, com apoio de fundos comunitários, num investimento de 136.577 euros.
Em comunicado, a Câmara de Torres Novas refere que a candidatura do município ao Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020, com o objectivo de intervir na casa onde nasceu o general Humberto Delgado, foi aprovada, permitindo assim transformar a Casa Memorial num centro de estudos sobre o republicanismo e oposição à ditadura.
“As intervenções no espaço irão focar-se na recuperação e beneficiação do edificado, reparação das deficiências e debilidades, em respeito integral pelos materiais e técnicas utilizadas na sua construção, e adaptação de condições de acessibilidade a visitantes com diferentes condicionalismos, nomeadamente de mobilidade, mas também disponibilizando conteúdos adaptados para cidadãos cegos”, descreve a autarquia.
O edifício, encerrado ao público desde 2018, irá contar o percurso de vida de Humberto Delgado, com um espaço para a realização de uma exposição temporária anual, uma recepção com biblioteca e um espaço de estudo e consulta (integrado em rede com o catálogo colectivo da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, acessível online).
O município assumiu em 2018 a gestão da Casa Memorial, até então gerida pela direcção do Museu Agrícola de Riachos. O objectivo, afirmou Pedro Ferreira, presidente da Câmara de Torres Novas, é “tornar o espaço digno para transmitir os ideais de democracia e liberdade defendidos por Humberto Delgado, um filho da terra que muito nos orgulha”.
Nascido em Torres Novas, a 15 de Maio de 1906, Humberto Delgado liderou o principal movimento de tentativa de derrube do regime salazarista através de eleições, tendo sido derrotado em 1958 num processo eleitoral considerado fraudulento que deu a vitória ao candidato do regime, o almirante Américo Tomás.