Os vereadores da oposição na Câmara do Sardoal demonstraram o seu desagrado pelo que consideram a postura “autoritária” adoptada pelo presidente do município, Miguel Borges (PSD), em reunião camarária. Os socialistas Carlos Duarte e Pedro Duque criticaram a atitude de Miguel Borges, nomeadamente em relação ao pedido de Carlos Duarte para consultar as actas da Comissão Municipal de Defesa da Floresta - a que o presidente terá respondido que iria consultar as actas e “decidir se daria acesso ao seu teor”.
Na declaração política enviada à comunicação social, os vereadores do PS afirmaram que o presidente fez questão de vincar a sua postura “autoritária” na discussão relativa a vários pontos da ordem de trabalhos, “mostrando total desrespeito pelo trabalho levado a cabo pela oposição, desvalorizando-o e desconsiderando-o constantemente”, referem, acrescentando que Miguel Borges tem “dificuldade em lidar com a crítica”.
O presidente da Câmara do Sardoal negou as acusações afirmando que a declaração dos socialistas está “cheia de mentiras”. Miguel Borges explicou que as actas da Comissão Municipal de Defesa da Floresta envolvem a opinião de muitas entidades. “Não posso privar os senhores vereadores de terem as actas mas no limite os senhores vêm aqui, ao edifício da câmara, e consultam as actas como quiserem. Parece-me que a preocupação dos senhores vereadores é mais de defender o Governo do que defender os interesses dos sardoalenses”, criticou.
Os autarcas socialistas consideram Miguel Borges “desprovido de qualquer humildade democrática” e mostraram ainda perplexidade perante a postura “manifestada pelo presidente da câmara” relativamente à forma “crítica” em que se referiu ao Governo em relação à campanha de vacinação da Covid-19.
Miguel Borges respondeu dizendo que não tem problemas em enfrentar o Governo como não tem problemas em apoiar quando acha que deve ser apoiado. “Tenho um pensamento livre e todo o direito de falar na reunião de câmara, que é o local próprio, como faço na minha rede social porque sou presidente de câmara 24 horas por dia. Essa legitimidade de ter uma opinião contrária à dos senhores vereadores ninguém ma tira porque é a democracia que ma dá”, reforçou.