Antigo pelourinho de Alhandra vai voltar ao centro da vila
Direcção Geral do Património Cultural não coloca objecções ao projecto proposto pelo município para implementar aquela peça histórica na Praça 7 de Março. Presidente da câmara quer lançar obra até Junho.
O histórico pelourinho de Alhandra vai mesmo ser instalado na Praça 7 de Março, o local mais emblemático da vila, e a obra deverá ser lançada até Junho, depois da Direcção Geral do Património Cultural não ter colocado objecções ao projecto proposto pelo município.
A garantia foi deixada pelo presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), na última assembleia municipal depois de questionado pelo presidente da Junta de Alhandra, Mário Cantiga (CDU), sobre a demora em todo o processo. Cantiga lamentou as “teimosias pessoais e quezílias políticas” que sempre envolveram a colocação do pelourinho e que, nesse caminho, secundarizaram a sua importância na história do concelho. “Estamos perante uma oportunidade única de fazer história e repor o símbolo maior da liberdade municipal”, afirmou.
Já o presidente da câmara, Alberto Mesquita, explica que depois da recente obra de requalificação da praça ficou reservado um espaço para colocar o pelourinho, junto do antigo balcão da Caixa Geral de Depósitos e diz esperar que em Junho a obra esteja a começar. Mas alerta que serão trabalhos demorados, já que terão de ser seguidos “com toda a cautela”.
Recorde-se, a colocação do pelourinho não é consensual entre a população e ainda há quem não veja com bons olhos a sua recolocação na praça, por ter sido local onde muita gente foi condenada à morte por enforcamento. Foi retirado pouco depois de Alhandra ter deixado de ser sede de concelho, em 1855.
A Praça 7 de Março é a mais emblemática da vila de Alhandra, local onde o pelourinho foi erguido no século XVI durante o reinado de Dom João III. Depois de ter sido arrancado da praça foi deixado ao abandono e alvo de uma intervenção exigente e dispendiosa de restauro, numa obra de recuperação que foi acompanhada pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico. Ficou depois guardado num armazém da junta à espera de colocação.