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Cada um tem a sua forma de ser feliz  mas todos procuramos a felicidade
Alexandra Simão, Mafalda Correia, Margarida Albino, Francisca Patrício, Margarida Patrício e Leonor Loureiro

Cada um tem a sua forma de ser feliz  mas todos procuramos a felicidade

Uma recolha de breves declarações de pessoas que se sentem felizes

O Dia Internacional da Felicidade celebra-se a 20 de Março desde 2013 e surge por sugestão do Butão, um pequeno reino budista localizado nos Himalaias que adopta como estatística oficial a “Felicidade Nacional Bruta” em vez do Produto Interno Bruto (PIB). A proposta foi aprovada na ONU, defendendo que a busca pela felicidade é um objectivo humano fundamental. O MIRANTE confirmou isso mesmo ao falar com pessoas felizes da região.

Alexandra Simão

Psicóloga Alexandra Simão diz que a pressa condiciona a felicidade

Alexandra Simão, psicóloga de profissão, natural de Abrantes, considera que a correria generalizada no mundo actual faz com que a maioria das pessoas deixe passar a vida sem lhe dar o devido valor, porque há sempre uma palavra por dizer, um café por tomar, uma chamada telefónica por fazer ou um pedido de desculpas por dar. “A pressa condiciona a felicidade; somos demasiado funcionais e cada vez mais rejeitamos a possibilidade de errar por estarmos sempre à procura da perfeição”, sublinha.
Se antigamente ser feliz era brincar na rua com os amigos, hoje procura-se a felicidade também nas tecnologias. Alexandra não hesita ao afirmar que a satisfação no trabalho é importante, referindo que trabalhar com pessoas motivadas, competentes e resilientes, assim como receber elogios das chefias, tem um impacto positivo no desempenho e na ligação à empresa.
Conta que em sua casa, com a família, o diálogo é um hábito que é cultivado diariamente. Há rituais que não dispensa, e que a fazem feliz, como abrir a janela ao acordar para respirar ar puro, ou tomar o pequeno-almoço com a família. Praticar exercício físico de manhã, bem cedo, também é uma das rotinas de que não abdica.”Cada pessoa tem o seu próprio conceito de felicidade. No meu caso, resulta na soma de um conjunto de factores, como o equilíbrio, a auto-estima e emoções positivas.”
As escolhas que se fazem diariamente são determinantes para alcançar o bem-estar, principalmente no que diz respeito às relações que se estabelecem em contexto pessoal e profissional. “A forma como escolho determinado caminho tem consequências e pode ou não gerar mudanças na minha vida. Não tenho uma lista de escolhas para ser feliz, embora tenha muitos cuidados, porque considero ser a base para construir um futuro sólido. Nos momentos em que tomo más decisões procuro sempre retirar alguns ensinamentos”, garante.
O seu trabalho como psicóloga tem como principal missão promover o bem-estar nos outros e, para o conseguir, tem de conhecer bem a outra pessoa e, sobretudo, respeitar o seu espaço. “A minha tarefa é conseguir dar autonomia às pessoas para procurarem alcançar o que as faz feliz. Ajudando os outros também estou a contribuir para a minha felicidade”, conclui.


Mafalda Correia

A felicidade é o motor da vida e tudo o que faço é para ser feliz

Mafalda Correia, que tem 19 anos e estuda Farmácia na Escola Superior de Saúde e Tecnologia de Lisboa, diz que tudo o que decide fazer tem como último objectivo alcançar a felicidade e que foi também por isso que escolheu o curso. “Ter uma profissão que nos preencha é meio caminho andado para alcançar essa felicidade”, explica.
Sobre o actual confinamento, refere que serviu para as pessoas reflectirem e que ajudou a mudar a forma como as pessoas encaram a vida. “No meu caso, continuar a ter esperança que um dia as coisas vão melhorar e que voltaremos a sair é algo que me traz felicidade. Precisamos de muito pouco para sermos felizes”, sublinha.
Sobre os jovens da sua idade que passam por situações de depressão, por terem que estar mais tempo em casa, espera que sejam capazes de encontrar os mecanismos correctos para enfrentar essa situação.
“Pessoalmente acho que o confinamento nos ajudou a conectarmo-nos connosco próprios e isso mudou a nossa forma de encarar a felicidade. Até agora pensávamos que a felicidade dependia de factores externos materiais e agora percebemos que depende muito mais de nós. Damos hoje muito mais valor a um abraço do que antes”, afirma.
Para Mafalda Correia um dia feliz é estar com as pessoas que ama, nomeadamente os pais e os amigos e é chegar ao fim de cada dia sabendo que construiu memórias que a vão marcar e deixar feliz no futuro. “Gosto de olhar para trás e sentir que aproveitei cada momento sem arrependimentos. Isso é essencial”.

Margarida Albino

“Felicidade é poder assistir ao pôr-do-sol”

Margarida Albino, 22 anos, considera que a sua ideia de felicidade mudou desde o início da pandemia e ensaia uma explicação breve: “Até há um ano, antes da pandemia, a ideia de felicidade era ter dinheiro para viajar, fazer festas, ir a qualquer lado com amigos mas agora basta poder continuar a visitar os avós e ir ao supermercado e à farmácia todas as semanas comprar-lhes alimentos e medicamentos”.
A jovem, licenciada em Comunicação e Marketing, acrescenta que a felicidade não é um estado de alma permanente. “Há aqueles dias que ansiamos desaparecer por motivos sem importância, que nos apetece andar à chuva e chorar e outros dias em que somos felizes só por termos o sol a bater-nos no rosto”, confessa.
A jovem da Póvoa de Santa Iria acredita que os momentos de felicidade são as pessoas que os criam e que geralmente são muito simples. “Ver um pôr-do-sol parece-me o cenário perfeito de felicidade”, sublinha.

Margarida Patrício
Francisca Patrício

Ser feliz é conseguir apreciar as coisas mais pequenas da vida

Para Margarida Patrício, de 18 anos, a felicidade é muito mais do que um estado de espírito que se vive no momento. “Ser feliz é diferente de estar feliz”, diz a O MIRANTE a estudante de Gestão de Marketing, no Instituto Politécnico de Santarém, e residente em Aveiras de Cima.
Para ela, para ser feliz é preciso ter capacidade de enfrentar e superar os problemas da vida. Questionada sobre o que a faz feliz, conta que tudo a faz feliz uma vez que consegue apreciar as coisas mais pequenas da vida.
Já a irmã, Francisca, de 11 anos, é feliz na companhia do seu gato e dos amigos, dos quais já sente saudades devido ao confinamento. Diz que é difícil explicar a felicidade, que é um sentimento que vale a pena experimentar porque “ser feliz é estar bem”.

Leonor Loureiro

“Felicidade é ter esperança”

Leonor Loureiro tem 15 anos e garante ser uma jovem feliz. Quando fala de felicidade recorda-se da infância, de brincar o dia todo e não ter preocupações. Preserva amigos desde os três anos e orgulha-se de manter amizades cada vez mais fortes.
“Felicidade é família e amigos. São aquelas pessoas que me fazem subir o astral quando estou mais em baixo. Com essas pessoas rio e choro e sei que estão sempre lá para mim”, diz.
Na sua opinião, todos podem ser felizes, independentemente dos momentos tristes e difíceis a que ninguém escapa. Esses momentos, garante, tornam-nos mais fortes e capazes de enfrentar as adversidades. “Traçamos a nossa história de vida e temos de tentar ‘escrevê-la’ o mais bonita e feliz possível. A felicidade é como uma casa. Construímo-la e mesmo que caia fica sempre um tijolo que resiste a tudo e voltamos a reconstruí-la. Felicidade é ter esperança e acreditar em dias sempre bonitos”.

Cada um tem a sua forma de ser feliz  mas todos procuramos a felicidade

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