André Fernandes deixou Rio Maior em 2014 para ir para a Universidade. Como não queria perder a ligação com a comunidade juntou um grupo de amigos, que chamaram outros, e criaram a Atuaação – Associação Jovem de Rio Maior. A associação cresceu e actualmente é presidida por Maria Alves, 22 anos, que está a frequentar o terceiro ano da licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de Lisboa. Ao seu lado na direcção estão Luís Colaço (vice-presidente) e João Paterno (tesoureiro).
A Atuaação quer ser uma lufada de ar fresco no concelho de Rio Maior. O principal objectivo da associação é atribuir um papel activo aos jovens de forma a potenciar o seu próprio futuro. O primeiro projecto foi a criação do grupo “+Teatro”, depois criaram-se parcerias com escolas do concelho para dinamizar projectos como a competição de debates com o “Atuarargumentação”, que já conta com cinco edições. Há ainda o “Free”, um projecto acelerador de ideias de empreendedorismo social e mais recentemente surgiram o “Atuaarte”, “Atualeitura” e “A Tua Palavra Amiga”.
O lema da associação é “De jovens para jovens, inspirando acções para o futuro”. Maria Alves explica que vão identificando algumas lacunas na oferta de projectos e é a partir daí que novas ideias vão aparecendo. No final do Verão do ano passado Maria Alves começou a perceber o impacto negativo que a pandemia estava a provocar na saúde mental das pessoas à sua volta. Sentimentos de solidão e incerteza em relação ao futuro. “Foi assim que criamos o Atuaação, um projecto de apoio a pessoas que se sentem sozinhas e que possam desabafar de forma anónima”, conta a presidente da Associação de Jovens de Rio Maior.
“A Tua Palavra Amiga” é uma linha de apoio anónima com uma equipa de cinco jovens voluntários. Através do email atua.palavraamiga@gmail.com as pessoas podem desabafar e do outro lado vão receber uma resposta e palavras de ânimo e conforto. O facto de a comunicação ser feita através de correio electrónico proporciona que o projecto saia do concelho e possa alcançar mais pessoas.
Maria Alves admite que não é fácil conciliar a vida pessoal, estudantil com o associativismo, mas que todos têm sentido de responsabilidade e espírito de sacrifício, além de motivação, o que permite continuarem a gerir sua associação. Para a dirigente, o associativismo em Rio Maior está a mudar e a adaptar-se a novas realidades. As associações jovens já não podem ser espaços onde os mais novos se encontram para ocuparem os tempos livres, a jogarem por exemplo. Agora é necessário “criar projectos atraentes que movimentem a comunidade e atraia os jovens”, conclui Maria Alves.