O degradado teatro Salvador Marques, em Alhandra, vai continuar fechado e sem perspectivas de ser recuperado a breve prazo. As obras de reabilitação do imóvel custam vários milhões de euros e o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, admite que a câmara municipal não tem capacidade financeira para custear essa obra na totalidade, pelo que só é possível fazer a recuperação com fundos comunitários, que neste momento não abrangem esta área.
O autarca tem esperança que possa vir a existir um programa de financiamento para este tipo de equipamentos. Para já a autarquia, para poupar tempo, elaborou um estudo prévio e está em condições de avançar com o projecto de execução. Mas não vamos fazer isso enquanto não tivermos condições financeiras para tal e saia um programa comunitário ao qual possamos concorrer”, explica Alberto Mesquita. O presidente do município concorda que o espaço não pode continuar na incerteza e que é preciso encontrar soluções para o reabilitar e colocar ao serviço da comunidade.
O teatro Salvador Marques, de Alhandra, foi construído em 1905 por subscrição pública. Encerrou em 1984 e foi comprado à Misericórdia de Alhandra pela câmara municipal em 2001. Desde então tem sido tema recorrente do debate político. Chegou a ser equacionada a sua demolição, em 2006, para se construir um novo espaço cultural, mas a obra foi travada pela população e por artistas culturais de todo o país através de diversos abaixo-assinados e protestos no local. A autarquia retirou do teatro o património de maior valor e mandou restaurar algum para preservação futura. O presidente da União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, Mário Cantiga, considera o espaço um símbolo da vila de Alhandra.