Matilha de cães alarma utilizadores do passeio ribeirinho da Póvoa de Santa Iria
Situação dura já há cerca de três meses. Funcionários do município já se deslocaram ao local várias vezes mas ainda não conseguiram capturar os animais errantes.
Uma matilha de cães de grande porte está a gerar um sentimento de insegurança, desde há cerca de três meses, entre os utilizadores do passeio ribeirinho da Póvoa de Santa Iria, que estão com receio de frequentar o local com medo de serem atacados pelos animais.
Alguns moradores da Póvoa de Santa Iria e frequentadores do passeio ribeirinho contam a O MIRANTE que estes animais são vistos sobretudo durante a noite, mas também já foram avistados durante a tarde, tal como testemunhou Acácio Ribeiro. Este utilizador diz que foi confrontado com a matilha na tarde de 15 de Maio. Conta a O MIRANTE que a matilha foi na sua direcção, sendo que o ataque não se consumou porque, segundo ele, recorreu a um ferro para fazer barulho, com o objectivo de assustar os animais e fazer com que estes abandonassem o local, o que acabou por acontecer.
Para já, os cães ainda não atacaram pessoas mas já atacaram gatos que costumam andar naquela zona e que pertencem a colónias sinalizadas pela autarquia. Maria Moreira, residente no Forte da Casa e frequentadora do passeio ribeirinho, conta a O MIRANTE que, “só num dia, encontrou nove gatos mortos”. Na mesma altura, fez queixa à polícia que lhe disse que teria de ser o município a resolver a situação.
O MIRANTE entrou em contacto com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, que afirma estar a acompanhar a situação e acrescenta que a Divisão de Alimentação e Veterinária já se deslocou várias vezes ao local, mas que até ao momento ainda não conseguiu encontrar os animais para os capturar. A autarquia não sabe ao certo quantos cães compõem a matilha, embora as testemunhas já tenham visto entre seis a oito cães.
A Câmara de Vila Franca de Xira acrescentou ainda que “foi solicitada a colaboração da PSP, para que se deslocasse ao local durante as suas patrulhas”, porém, aquela força de segurança também não conseguiu encontrar os animais até ao momento. Outros moradores ouvidos por O MIRANTE contam que já viram os animais à entrada da Estrada Nacional 10 e ainda numa bomba de gasolina em Santa Iria da Azóia, já no concelho de Loures, na última semana.
“Uma matilha localizada num sítio não sai desse local”
João Custódio Borges, 59 anos, é criador de cães da raça Serra da Estrela há 20 anos. O especialista explicou a O MIRANTE que os cães em matilha costumam ser “mais agressivos uma vez que estão em grupo”, acrescentando ainda que, numa matilha, existe sempre um líder, que normalmente costuma ser o cão mais forte. O criador de cães refere ainda que existem vários tipos de matilhas, que agem com objectivos diferentes, sendo que, no caso dos cães errantes, eles podem atacar para comer, mas “geralmente atacam com o intuito de caçar, ou seja, podem atacar gatos mas não os comem”. Acrescenta que as matilhas normalmente atacam sempre no mesmo sítio, uma vez que fazem destes locais o seu território.