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Baratas invadem prédios em Povos e moradores pedem ajuda 
Moradores de Povos estão a braços com uma praga de baratas e pedem ajuda

Baratas invadem prédios em Povos e moradores pedem ajuda 

Na Praceta Amália Rodrigues há prédios onde as baratas não têm dado descanso aos moradores. Câmara de Vila Franca de Xira diz não ter recebido queixas. Delegada de Saúde explica a O MIRANTE que as baratas podem transmitir doenças e provocar alergias.

Uma praga de baratas na Praceta Amália Rodrigues, em Povos, Vila Franca de Xira, está a afectar dezenas de famílias que temem riscos para a sua saúde por não conseguirem conter a invasão daqueles insectos rastejantes.

Há queixas em vários apartamentos da praceta, em particular de quem vive nos rés-do-chão e primeiro andar, mas o caso pior é registado no número oito, onde vivem Nuno Rosado e Gisela Monteiro. Há cerca de dois meses começaram a ver baratas sair dos respiradouros do prédio e a entrar nas casas. Infiltram-se pelas fendas, ralos, sumidouros e até pelas máquinas da roupa e loiça. Estão dentro de roupeiros, junto das portas e nas janelas.

“Baixo os tampos das sanitas mas mesmo assim elas entram em casa”, critica Gisela Monteiro. O vizinho, Nuno Rosado, lamenta que o facto de existir no prédio um apartamento fechado onde alguém mantém vários gatos também não ajuda a resolver o problema “Esta situação é uma vergonha e é perigoso porque vivem aqui crianças também”, alerta.

Os venenos caseiros não parecem surtir efeito. “Mata-se duas ou três e no dia seguinte volta tudo ao mesmo”, afirma o morador de outro prédio da praceta, o número 10, onde as garagens são as mais afectadas.

As pragas de baratas são um problema recorrente em áreas urbanas e que ganha força com a chegada do Verão, já que são insectos que ficam hibernados no Inverno e gostam particularmente do tempo quente e húmido. Praticamente todos os anos O MIRANTE dá nota de queixas de moradores do concelho que sofrem com este problema, em particular quem vive nas zonas urbanas.

Cinco mil desbaratizações

Só em 2020 a Câmara de Vila Franca de Xira teve de realizar 5.629 desbaratizações no concelho, um número superior às 1.980 realizadas em 2019. A campanha anual de desbaratizações arrancou a 2 de Junho e este ano o município já realizou 6.246 acções de desinfestação urbana, o que inclui desbaratizações e desratizações.

O município explica a O MIRANTE que além da campanha anual sempre que há reporte de reclamações são efectuadas acções de resolução específicas para cada edificado. Em Povos, diz a câmara, os serviços responsáveis pela higiene pública não receberam nenhuma exposição ou reclamação sobre o problema relatado pelos moradores, pelo que após terem tido conhecimento os serviços irão ao local averiguar a situação.

De qualquer forma todos os munícipes afectados por pragas de baratas ou outras situações que possam colocar em risco a salubridade urbana podem reclamar para os endereços ambiente@cm-vfxira.pt ou higienepublica@cm-vfxira.pt.

Judite Catarino, delegada de saúde do concelho de Vila Franca de Xira

“Baratas são um risco para a saúde pública”

Se as pragas de baratas não forem bem combatidas são um risco para a saúde pública, defende Judite Catarino, uma das três delegadas de saúde do concelho de Vila Franca de Xira. A médica explica que a barata provoca, acima de tudo, uma sensação de nojo em quem as encontra já que é um animal muito associado à insalubridade. Mas há também um risco real de ser transmissor de doenças, em particular da bactéria Salmonella Typhi, que provoca febre tifóide.

“Ainda é muito raro encontrar-se essa salmonella mas há sempre um risco. Se a pessoa tiver problemas imunológicos as baratas também podem provocar reacções alérgicas e crises de asma. As baratas são um risco para a saúde pública e com o aquecimento global vamos ter cada vez mais um clima propício para elas se desenvolverem”, alerta a O MIRANTE.

As baratas, avisa, nunca andam sozinhas e onde há uma é muito provável que existam mais. As cozinhas e as casas de banho são os locais onde mais gostam de estar por serem locais quentes e húmidos. Alimentam-se de quase tudo o que seja matéria orgânica por isso há pequenas acções de prevenção que os moradores podem realizar. Uma delas é nunca atirar restos de comida para os ralos dos lava loiças. “Depois é manter uma boa higiene da casa porque até do pó elas se alimentam. É importante não deixar restos de comida nos pratos e deitar o lixo sempre dentro de caixotes”, explica.

Judite Catarino afirma nunca ter presenciado um utente com sintomatologia associada às baratas mas não descarta que isso possa acontecer. “Elas são noctívagas e é de noite que andam. Quando aparecem de dia, por norma, é quando há desinfestações na rua. Normalmente andam pela casa enquanto dormimos”, conclui.

Baratas invadem prédios em Povos e moradores pedem ajuda 

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