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Câmara de Santarém acertou contas mas oposição diz que o concelho parou no tempo
Em 2013 Câmara de Santarém apresentava passivo da ordem dos 85 milhões e em 2019 dívida situava-se nos 46,3 milhões de euros

Câmara de Santarém acertou contas mas oposição diz que o concelho parou no tempo

Social-democrata Ricardo Gonçalves chama a si os louros do saneamento financeiro do município, mas os restantes candidatos à câmara apontam críticas à sua gestão.

Na corrida à Câmara de Santarém nas autárquicas deste ano o social-democrata Ricardo Gonçalves chama a si os louros do saneamento financeiro de um município que os adversários dizem ter parado no tempo e estar a desperdiçar recursos.

Liderado durante 28 anos pelo PS e nos últimos 16 pelo PSD, o concelho de Santarém vai escolher o novo executivo num escrutínio em que se apresentam, para já, cinco candidatos.

O actual presidente do município, Ricardo Gonçalves (PSD), 45 anos, economista de formação, candidata-se a um terceiro mandato, numa corrida disputada igualmente pelos actuais deputados na Assembleia da República Manuel Afonso (PS), 70 anos, e Fabíola Cardoso (BE), 48 anos, pelo médico André Gomes (CDU), 30 anos, e pelo dirigente nacional do Chega Pedro Frazão, 46 anos.

Até à chegada de Francisco Moita Flores em 2005, de quem Ricardo Gonçalves cumpriu o último ano do segundo mandato e a quem sucedeu nos dois mandatos seguintes, Santarém foi gerida por executivos socialistas, liderados por Ladislau Botas (1976 a 1993), José Miguel Noras (1993 a 2001) e Rui Barreiro (2001 a 2005).

Ricardo Gonçalves tem declarado que o seu primeiro mandato se destinou à consolidação económica num município que, em 2013, apresentava um passivo da ordem dos 85 milhões de euros (sem as empresas municipais, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios), e que teve de gerir sob o espartilho do Plano de Saneamento Financeiro, imposto pela adesão ao Plano de Apoio à Economia Local, até 2019, ano em que a dívida se situava nos 46,3 milhões de euros (44,6 milhões em 2020).

Esse trabalho, afirma, serviu para “lançar os alicerces” para o desenvolvimento socio-económico, pelo que lançou um vasto conjunto de obras aproveitando os fundos comunitários. Com parte das obras ainda por começar e outras a arrancar, o que explica pela morosidade dos procedimentos e pela dificuldade em encontrar empresas disponíveis, os seus rivais unem-se na afirmação de que “Santarém estagnou”.

Oposição quer concelho mais dinâmico

O candidato socialista tem por lema da sua campanha “Fazer o que ainda não foi feito”, declarando que quer “afirmar Santarém no mapa das capitais de distrito, como capital do Ribatejo, capital da agricultura portuguesa, capital da gastronomia, capital do gótico”. Manuel Afonso assegura que a sua equipa saberá aproveitar a identidade ribatejana e a proximidade a Lisboa.

Para o jovem médico comunista André Gomes, é preciso começar a construir o futuro do concelho, levando consigo os “quatro pilares” em que, para a CDU, deve assentar esse desiderato: a valorização do “património incrível” que está “por explorar”, a bandeira da ecologia e do urbanismo verde, a reabilitação e revitalização dos centros históricos, para inverter a perda de população, e a gestão pública e democrática do município.
Já a bloquista Fabíola Cardoso quer romper com o conservadorismo e aponta as “muitas fragilidades” da acção que tem marcado os executivos escalabitanos, nomeadamente por prejudicar “partes vulneráveis da população” e não ser sustentável nem a nível ambiental nem a nível social.

O candidato do Chega, Pedro Frazão, pretende “pôr Santarém no panorama da política nacional” e “defender o mundo rural, a capital do Ribatejo, a capital do gótico”, colocando as prioridades na cultura, na ruralidade, na defesa das famílias e assumindo-se como “conservador nos costumes e liberal na economia”.

Nas eleições de 2017 o PSD obteve 43,2% dos votos (cinco dos nove mandatos) e o PS 34,1% (restantes eleitos). A CDU teve 7,6%, o CDS 5,4% e o BE 4,1%. O Chega foi formalizado apenas em 2019.

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