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Trabalhadores da Avipronto em greve pela reposição de direitos perdidos
Trabalhadores da Avipronto manifestaram-se junto às instalações da empresa em Azambuja

Trabalhadores da Avipronto em greve pela reposição de direitos perdidos

No protesto junto às instalações da empresa, em Azambuja, foi reivindicado o fim das reduções no pagamento de horas extra e nocturnas e contestada ainda a redução do valor pago pelo trabalho realizado aos sábados e feriados.

Vários trabalhadores da Avipronto, localizada em Azambuja, fizeram na sexta-feira, 11 de Junho, uma greve com o objectivo de pedir a reposição do pagamento de horas extra e acabar com a redução do valor pago pelo trabalho nocturno, que passou de 50% para 25% do valor que é pago à hora. Para além disso, foi também reduzido o valor pago pelo trabalho extraordinário aos sábados e feriados, que passou a ser pago como o de um dia de trabalho normal.

Antes de Agosto de 2020, a primeira hora extra era paga a 50%, a segunda a 75% e a partir da terceira hora, eram pago mais 150% do valor correspondente ao valor por cada hora normal de trabalho. Estes valores, desde essa altura, foram reduzidos para 25%, 37,50% e 50%, respectivamente, sendo ainda intenção da empresa criar um banco de horas, o que ainda não foi implementado por contestação dos trabalhadores.

Estas reduções retiram cerca de 200 euros ao ordenado mensal, e os trabalhadores da Avipronto consideram que, por isso, já não compensa fazer horas. É o caso de Carla Piedade, efectiva há 24 anos na secção do abate de aves, que inicia o turno à meia-noite e, antigamente costumava acrescentar mais algumas horas de trabalho extra, depois de terminar o turno às 8h30 da manhã. Actualmente, sai sempre por volta dessa hora e desde Setembro que deixou de fazer horas extra.

A O MIRANTE, outra funcionária, Vera Fonseca, conta que, para além do pagamento de horas extra, a Avipronto “retirou o transporte para os trabalhadores do horário nocturno, o pequeno-almoço e o almoço na cantina da empresa”. Ambas as funcionárias recebem o salário mínimo nacional, de 665 euros mensais, um valor que acham reduzido para as funções que desempenham, uma vez que estas exigem um grande esforço físico.

Agora, são só os trabalhadores temporários que aceitam fazer horas extra, uns por necessidade, outros com medo de perder o emprego, pois, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), a grande parte dos trabalhadores contratados por empresas de trabalho temporário, na sua maioria imigrantes, têm contratos à semana e podem ser dispensados a qualquer momento.

As reduções, que começaram em Agosto do ano passado, vão contra o que está previsto no contrato colectivo de trabalho, que abrange cerca de 250 trabalhadores efectivos. De acordo com o SINTAB, o caso já seguiu para o Ministério do Trabalho, mas a empresa ainda mantém as mesmas condições. Recorde-se que, em Outubro de 2020, os trabalhadores já tinham feito uma vigília junto à Câmara de Azambuja pelas mesmas razões.

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