Uma família de escoteiros de Vila Nova da Rainha
A família de Marco Mateus acaba de fundar a companhia de Escoteiros de Vila Nova da Rainha um projecto que conta com 19 pessoas e que tem a particularidade de ser o primeiro grupo de escoteiros não católicos do concelho de Azambuja.
Marco Mateus é fundador e chefe da companhia de Escoteiros de Vila Nova da Rainha, Azambuja, inaugurada no sábado, 12 de Junho, e no grupo tem ainda a mulher, Cristina, chefe da alcateia, os dois filhos, Cátia e Ruben, de 21 e 12 anos, respectivamente, e ainda a irmã, Carla, sub-chefe da alcateia. O chefe, de 48 anos, conta a O MIRANTE que começou na aventura por causa das actividades dos pais, ainda na altura que Cátia era escuteira no agrupamento 1008, do Forte da Casa e que pertence ao Corpo Nacional de Escutas (CNE), ligado à igreja católica e acabou por também ele entrar para o movimento, a que se seguiram a mulher e o filho mais novo. Mas por não serem católicos mudaram para o grupo de escoteiros da Póvoa de Santa Iria, da Associação de Escoteiros de Portugal (AEP), que aceita todas as religiões. O entusiasmo cresceu e Marco fundou a companhia pertencente à União dos Escoteiros Portugueses.
Apesar de participarem juntos na vida escotista e de planearem actividades em conjunto, há uma condição essencial na casa da família Mateus, que se mudou para Vila Nova da Rainha há quatro anos à procura de uma melhor qualidade de vida: dentro de casa, não se fala de escotismo. O projecto nasceu por iniciativa de Marco, que também é director e treinador na União Desporto e Recreio (UDR), há cerca de ano, mas que devido à pandemia só agora conseguiu materializar.
A companhia, que tem a sua sede na UDR, conta com 19 jovens, distribuídos por quatro secções, com as mesmas designações do CNE: Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros. É o primeiro grupo do concelho de Azambuja que não faz parte do escutismo católico estando por isso receptivo a pessoas de todas as religiões. A partir de Setembro haverá um novo grupo, os Castores, composto por crianças dos quatro aos sete anos, sendo que esta secção é exclusiva das companhias que fazem parte da União dos Escoteiros Portugueses (UEP), como é o caso da de Vila Nova da Rainha. Na cerimónia de inauguração da companhia, Cátia recebeu a condecoração de Escoteira da Pátria, a mais alta condecoração atribuída pela UEP. Para a jovem, que concilia as actividades escotistas com o curso de Dietética e Nutrição, na Escola Superior de Tecnologia e Saúde, em Lisboa, receber esta distinção é “um orgulho e acaba por ser uma grande responsabilidade, porque ser Escoteiro da Pátria é ser um exemplo para os mais novos”, explica Cátia, que entrou aos seis anos para o movimento.