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População II
P. N. Pimenta Braz

População II

A nossa única riqueza natural são as pessoas. Não temos outra. Por conseguinte, o grande investimento que Portugal deveria fazer era na educação dos Portugueses, apostando na escola pública e estimulando definitivamente a escola privada, deixando de lado ridículas e anacrónicas desovas ideológicas.

(Continuação)

O teste do algodão não engana e o retrato que nos tiraram ilustra que, para já, a proximidade de Lisboa significou uma perda de população nos últimos 10 anos e que tal se acentuará se nada de substancial for alterado.

Ora, para alterar o rumo dos acontecimentos, desgraçadamente, não basta apenas a boa vontade de Santarém e de todos os municípios circundantes. É uma condição necessária mas não suficiente. De facto, a dimensão do problema obrigará, sempre, a uma alteração substantiva da governação que emana do Terreiro do Paço. Mas a região pode e deve acordar desde já, consolidando definitivamente a ideia de que apenas um aumento do investimento conducente à criação de postos de trabalho sustentará a manutenção e a fixação de população. Tudo o resto são tretas.

Esse investimento será tanto mais produtivo - gerará maior valor acrescentado -, quanto maior for a formação e educação da população trabalhadora. E este é um esforço colossal que o país ainda tem de fazer. A nossa única riqueza natural são as pessoas. Não temos outra. Por conseguinte, o grande investimento que Portugal deveria fazer era na educação dos Portugueses, apostando na escola pública e estimulando definitivamente a escola privada, deixando de lado ridículas e anacrónicas desovas ideológicas.

Por outro lado e em termos nacionais, não se entende porque não se adoptam medidas singelas de apoio à natalidade/adopção, como, por exemplo, a redução de um ano ao tempo para a aposentação da mãe, por cada filho(a) que a mesma viesse a ter. Sim, da mãe e não do pai. Ponto.

Bom, mas os factos são cruéis, tanto para o País, como para a região. Ilustram, à saciedade, que o caminho que Portugal tem trilhado nos últimos 20 anos, está profundamente errado. Nem mais, nem menos. O resultado da diminuição de populações traduz-se a médio e longo prazo no desaparecimento de países e de nações. Nada de dramático se se assumir uma fria e singela perspetiva histórica, partindo-se do princípio que, não obstante os problemas lusitanos, a humanidade prosseguirá indelevelmente o seu caminho: a sabedoria da existência humana tem sempre demonstrado que os impérios acabam mas que a história continua.

Por cá, ou assumimos o desafio de mudar as coisas, ou o nosso fim será inexorável. Claro que nas mentes de muitos iluminados, sem o confessarem, vai ruminando a serena ideia de que isso, afinal, também não será problema, até porque tal desfecho nunca ocorrerá nos seus tempos de vida. Outros que apaguem as luzes. Acontece que por vezes a vida traz-nos grandes surpresas...

P. N. Pimenta Braz.

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