O arquivo municipal digital de Constância está fora de serviço há vários meses devido a um ataque informático de que o município foi alvo no início de Abril deste ano. O problema poderá ser resolvido este mês segundo o presidente da autarquia. Há cinco meses que não é possível visualizar ou descarregar documentos, o que tem motivado críticas de alguns habituais utilizadores. É o caso de José Luz, que inclusivamente contribuiu para o acervo em arquivo emprestando o espólio que detém dos jornais Gazeta do Tejo, Abarca, Mensageiro do Tejo e Jornal de Abrantes.

“O município não me comunicou nada oficialmente, apesar de o actual presidente ter assinado um contrato comigo”, diz José Luz, referindo que o processo de depósito do acervo jornalístico foi desenvolvido com os dois anteriores presidentes, Máximo Ferreira e Júlia Amorim. “Creio que devem também explicações ao público e à população. Porque estão há meses privados do acesso a parte importante da informação”, diz o cidadão de Constância que é também dirigente associativo na vila.

José Luz não poupa nas palavras para criticar o actual estado de coisas. “Estou muito desiludido com este presidente. Não tem condições para gerir uma câmara municipal. Os contratos devem ser cumpridos de boa fé. Não pode ignorar os seus deveres. Esta é uma entre muitas questões com que somos surpreendidos ou talvez não, com bastante frequência”, diz, acrescentando que ligado ao arquivo está a questão das bibliotecas online.

“Recordo que este presidente congelou o protocolo com a Casa de Camões, não garantindo recursos para o tratamento arquivístico do espólio que ainda existe na associação. Não tem formação nem sensibilidade para a literatura, deve admitir. Certo é que a sua presença na autarquia está a ser um entrave ao desenvolvimento”, considera.

Contactado por O MIRANTE, o presidente da Câmara de Constância confirma o problema no arquivo digital e diz esperar soluções para breve. “O Município de Constância foi alvo de um ataque informático há uns meses, por este motivo o arquivo ainda não esta disponível. Estamos a trabalhar para que a situação esteja resolvida até ao final deste mês”, disse Sérgio Oliveira. Com esse objectivo, a autarquia celebrou um contrato com uma empresa com vista à desencriptação de toda a documentação municipal que ficou bloqueada na sequencia do ataque.

A situação impede os interessados de acederem a informação e documentos do Catálogo Web do Arquivo Municipal de Constância; Catálogo do Espólio de de Joaquim dos Mártires Neto Coimbra; Hemeroteca Digital: A Colecção de Imprensa Periódica Local do Arquivo Municipal de Constância – Inventário; e ao Índice Alfabético e Cronológico dos Assuntos Tratados nas Actas das Reuniões da Câmara Municipal de Constância: 1820 – 1910 (da Revolução Liberal à Revolução Republicana).