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Carlos Tomás pede solução para poder entrar e sair de casa
Carlos Tomás tem que deixar a cadeira eléctrica no passeio e tentar subir em pé ou arrastar-se até casa

Carlos Tomás pede solução para poder entrar e sair de casa

Deficiente motor reside no bairro social de Povos, em Vila Franca de Xira, tem 45 anos e uma doença que o atirou para uma cadeira de rodas. Sempre que sai de casa tem uma dezena de degraus pela frente. A câmara já o mudou para o rés-do-chão mas diz que não é viável construir uma rampa.

Quem chega ao número 5 da Rua José Vanzeller Pereira Palha, no bairro social de Povos, concelho de Vila Franca de Xira conta uma dezena de escadas até à entrada do rés-do-chão esquerdo. Para Carlos Tomás, de 45 anos, que se desloca em cadeira de rodas, a escadaria funciona como uma montanha difícil de escalar, que o impede de chegar a casa em segurança. Depois de vários apelos à Câmara de Vila Franca de Xira por uma solução sente-se desprezado.

Por causa da pouca mobilidade devido à poliomielite - doença que o atacou na infância e lhe causa falta de equilíbrio e fraqueza muscular irreversível - Carlos tem que se “arrastar pelas escadas” ou fazer o percurso agarrado ao corrimão” colocado pela autarquia para o auxiliar na subida. As pernas falham-lhe quase sempre. Já perdeu a conta à quantidade de vezes que caiu desamparado, de costas pelas escadas abaixo. E como não se consegue levantar sem auxílio, quando cai, resta-lhe esperar que passe alguém. “Chego a ficar horas deitado no chão, cheio de dores e exausto de tanto tentar pôr-me em pé”, conta a O MIRANTE.

Nos vários apelos que fez ao município Carlos Tomás pede sempre o mesmo: uma rampa de acesso até à porta de casa ou uma plataforma elevatória própria para pessoas com mobilidade reduzida. “Não posso mexer num prédio que não é meu, nem tinha dinheiro para o fazer”, desabafa Carlos Tomás, que vive com o pai e recebe uma reforma por invalidez de 230 euros.

Município diz que rampa não é viável

A Câmara de Vila Franca de Xira refere, em resposta ao nosso jornal, que a situação foi avaliada pelo gabinete de acessibilidades em Dezembro de 2020, tendo-se verificado que “não é viável a colocação de uma rampa no interior do prédio, até à porta da fracção, devido às caraterísticas específicas do prédio”. No mesmo ano, acrescenta, pai e filho foram mudados do segundo para o rés-do-chão do mesmo prédio no sentido de minorar as dificuldades de Carlos.

Uma medida que “não é suficiente” para tornar menos penosa uma simples vinda à rua, que obriga o morador a deixar a cadeira de rodas manual para trás para se aventurar na descida até chegar à cadeira eléctrica estacionada no passeio público. “Esta aqui fica sempre cá fora, ao sol e à chuva, porque não tenho como a levar para dentro. Qualquer dia estraga-se e depois é mais um problema”, lamenta.

Também na via pública as dificuldades de acessibilidade são sentidas. Para as amenizar pediu a um conhecido para lhe improvisar uma rampa de cimento no passeio em frente à entrada do prédio. “O problema é que está quase sempre tapada por carros que estacionam aqui”, diz, explicando que quando é assim percorre cerca de 150 metros para subir numa rampa devidamente assinalada.

O município ressalva ainda que vai continuar a acompanhar o assunto com vista a estudar possíveis alternativas que permitam colmatar as dificuldades de acessibilidade do morador.

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