Falta de estacionamento é um ponto negro do bairro do Bom Sucesso
Encontrar lugar onde deixar o carro nesse bairro de Alverca depois de um dia de trabalho é um problema que se tem agravado. Junta partilha dos lamentos da comunidade.
Os anos vão passando mas quem vive no Bom Sucesso, um dos bairros mais populosos de Alverca, não consegue ver resolvido o problema da falta de estacionamento. Todos os dias quem chega a casa do trabalho não tem lugar onde parar o carro e o resultado fica muitas vezes à vista, com veículos parados em segunda fila e outros em cima dos passeios.
O bairro foi desenhado e construído nas décadas de 70 e 80, com prédios projectados sem garagem e numa altura em que os automóveis eram apenas um por família. É hoje um local bastante habitado com imenso comércio, um centro cultural, centro comercial e uma extensão de atendimento da junta de freguesia, o que faz aumentar ainda mais a procura de estacionamento no local.
Filipe Brito vive na Rua da Liberdade há mais de trinta anos e sempre que precisa de usar o carro mete as mãos à cabeça. “Quando vou ao supermercado já sei que quando chegar não tenho sítio onde parar nem descarregar as compras. Tenho de deixar o carro quase em Arcena e vir a pé. Isto está péssimo e não há alternativas”, lamenta a O MIRANTE.
Alguns moradores recorrem a truques mais engenhosos para guardar lugar. “Há quem meta caixas da fruta e garrafões para impedir que outras pessoas estacionem mas não acho isso correcto”, critica Filipe Brito. Também para os comerciantes a situação é problemática porque quem precisa de ir às lojas ou cafés não tem onde parar o carro. É uma espécie de lotaria em que a probabilidade de ter sorte é muito baixa, lamenta quem ali vive e trabalha.
Um retrato da falta de planeamento urbanístico
O presidente da União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, Cláudio Lotra, confirma que a falta de estacionamento é um ponto negro do bairro do Bom Sucesso e que apesar do município ter criado duas bolsas de estacionamento no bairro - no centro cultural e no antigo Pátio do Silvino - esses espaços já não chegam para a procura e estão também eles sempre cheios ao fim do dia e à noite.
“Partilhamos das preocupações e das queixas dos moradores. Estamos agora a sofrer as consequências da falta de planeamento daquele bairro. A perspectiva é podermos ir vendo os terrenos que existem para que possam ser adaptados a novos estacionamentos. Vamos também estudar a reorganização de alguns dos lugares existentes para acomodar mais veículos mas não será fácil”, lamenta o autarca.
Outro dos problemas reside na passagem dos autocarros de passageiros dentro do bairro. Muitas vezes os carros parados em segunda fila e em cima dos passeios bloqueiam a passagem dos pesados. “Nessas artérias mais complexas vamos ter de eliminar algumas situações de abuso”, avisa. Também a PSP conhece o problema sendo ocasionalmente chamada para remover veículos parados a bloquear a saída de outros veículos.