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Para o desassombrado cronista Santana-Maia Leonardo

Não nos conhecemos pessoalmente, mas há longos anos que tenho o grato prazer de ler aquilo que vai publicando, ultimamente n’ O MIRANTE. Gosto tanto do seu estilo, do seu rigor analítico e da sua frontalidade que, neste último texto, sobre regionalização fiquei pasmado com a referência a Sá de Miranda e ao seu “poema a D. João II”, na penúltima linha. Trata-se obviamente de uma lamentável “gralha”, como se dizia antigamente, que agora virou “lapso”. Com efeito, Sá de Miranda partiu para Itália em 1521, ano da morte de D. Manuel I, e só mais tarde, depois do regresso a Portugal, escreveu a célebre quintilha, na nova medida italiana, escandalizado com a vida cortesã, como agora acontece com alguns emigrantes de regresso à pátria.

D. João II em vez de D. João III não faz qualquer diferença, nem tem grande importância, num país e numa região culturalmente com bem sabemos. É todavia imperativo respeitar sempre a verdade histórica, quanto mais não seja para procurar evitar, na medida do possível, a expansão do abandalhamento geral que por aí vai.

D. João II morreu em 1495, em Alvor, vinte e seis anos antes de Sá de Miranda partir para Itália, pelo que este não podia ter-lhe deixado o célebre poema, que no reinado de D. Manuel teria tido muito fraca difusão.

António Rebelo

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