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CIRE de Tomar precisa de apoio para melhorar vida de 15 jovens
Utentes do CIRE de Tomar estão há cerca de quatro meses instalados num edifício da Misericórdia de Tomar com muitas barreiras arquitectónicas

CIRE de Tomar precisa de apoio para melhorar vida de 15 jovens

Direcção do Centro de Integração e Reabilitação de Tomar apela à boa vontade individual e colectiva para ajudar a requalificar antigas instalações, encerradas pela Protecção Civil por falta de condições de segurança. Crianças estão provisoriamente num edifício que tem muitas barreiras arquitectónicas.

As 15 crianças que integram a valência de Apoio Socio-Educativo do Centro de Integração e Reabilitação (CIRE) de Tomar estão há cerca de quatro meses instaladas num edifício cedido pela Santa Casa da Misericórdia de Tomar com muitas barreiras arquitectónicas que prejudicam o seu desenvolvimento e o trabalho da equipa que as acompanha diariamente.

O MIRANTE esteve com a direcção da instituição que apela ao espírito de solidariedade individual e colectivo para ajudar a requalificar as antigas instalações, encerradas em Setembro deste ano por falta de condições de segurança. Recorde-se que a Protecção Civil fechou o edifício, situado na Rua Dona Maria II, depois de os funcionários da instituição terem detectado alguns vidros e paredes rachados e o chão abatido. Uma parte do tecto falso também tinha cedido.

Célia Bonet, presidente do CIRE, refere que as instalações encerradas têm mais de 40 anos e nunca foram realizadas obras de manutenção. A dirigente, que também é presidente da Cáritas de Tomar, diz que são necessários cerca de 50 mil euros para requalificar o edifício de maneira a que as 15 crianças possam voltar a ter condições condignas para realizar o seu processo de aprendizagem e inclusão social. “Dentro de alguns dias vamos ter de sair destas instalações porque vão ser utilizadas para outros fins. Temo-nos debatido com muitas dificuldades porque não há espaço suficiente para as nossas crianças realizarem as tarefas do dia-a-dia”, lamenta.

MUITO MAIS DO QUE UMA ESCOLA

Isabel Neves, directora pedagógica que trabalha há dois anos com as crianças, não esconde a frustração por estar há vários meses a trabalhar com muitas condicionantes. A psicóloga refere que o trabalho da equipa que gere, composta por três professores e três auxiliares, é muito importante para que as crianças consigam ter uma adaptação à vida o mais inclusiva possível.

Ao contrário das escolas comuns, onde o ensino é predominantemente teórico, o Apoio Socio-Educativo do CIRE ensina todos os aspectos necessários para viver em sociedade. Os jovens aprendem a cozinhar, a realizar a sua higiene pessoal, para além do ensino regular do português, matemática, história e ciências. O plano de actividades contempla ainda aulas de educação física, música e sessões de terapia da fala, hidroterapia e fisioterapia. “As nossas crianças sofrem de patologias diversas como o autismo, trissomia 21, atraso de desenvolvimento e deficiência mental e cognitiva. Esta realidade exigem um trabalho redobrado e por isso precisamos de condições para o realizar”, afirma.

O CIRE já conseguiu o apoio de algumas empresas e tem realizado alguma receita na Loja Solidária que inaugurou no início de Dezembro na Rua Silva Magalhães, mas ainda há um longo caminho a percorrer até ao objectivo final. Célia Bonet solicitou mais do que uma vez o apoio da autarquia, mas até agora não conseguiu levar a água ao seu moinho. “Estamos a atravessar uma situação de risco em que há urgência em solucioná-la para garantir o bem-estar destas 15 crianças. Só pedimos que o município nos ajude como o faz com outras instituições, também de carácter privado como nós. Não podemos mandar estas crianças para casa e as escolas comuns não têm capacidade para as receber e cuidar delas como nós cuidamos”, remata.

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