Fernando Moleirinho é o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia do Sardoal. A eleição decorreu a 18 de Dezembro e a única lista obteve 56 votos a favor, seis votos em branco e um voto nulo. O antigo presidente da Câmara do Sardoal disse a O MIRANTE que pretende analisar a “real situação” da Santa Casa. “Queremos que esta instituição volte a assumir a importância que já teve neste concelho e que volte a unir todos os sardoalenses. Vamos assumir a responsabilidade de levar a Misericórdia do Sardoal para o bom caminho assegurando estabilidade e confiança a todos”, referiu ao nosso jornal.

Além do provedor, foram eleitos os restantes órgãos sociais até 2023. Fazem parte da mesa administrativa Sérgio Figueiredo, Maria da Graça Alves, José Dionísio e José Joaquim. José Maria Mora de Campos foi eleito presidente do conselho fiscal, sendo acompanhado por Jorge Rato e Maria José Grácio.

Miguel Borges, actual presidente da Câmara do Sardoal, mantém o cargo de presidente da mesa da assembleia-geral, tendo como vice-presidente José Esteves Fernandes e Paula Bouça como secretária. O acto eleitoral tem que ser validado pelo bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco. A tomada de posse deve acontecer em Janeiro de 2022.

Fernando Moleirinho, 77 anos, substitui no cargo Anacleto Batista, que esteve 32 anos no cargo, tendo renunciado a 30 de Outubro deste ano. A Misericórdia do Sardoal é um dos maiores empregadores do concelho, com cerca de 80 funcionários. Problemas financeiros levaram a alguns atrasos no pagamento de ordenados e à necessidade de se realizar um saneamento financeiro da instituição. Em Dezembro de 2020 alguns trabalhadores foram despedidos por causa dos problemas financeiros da instituição.

A Misericórdia de Sardoal tem mais de quinhentos anos. Tem como valências um lar de idosos, centro de dia, a unidade de apartamentos, apoio domiciliário e serve refeições nas cantinas sociais.

O professor que foi presidente da Câmara do Sardoal

Fernando Moleirinho nasceu a 23 de Outubro de 1944 no Sardoal, onde viveu toda a vida excepto durante um ano em que deu aulas em Lisboa. Nessa altura inscreveu-se no curso de Direito na capital mas regressou às origens e não o terminou. Foi professor durante 30 anos e deu aulas em Abrantes, Mação e Sardoal até ser desafiado a candidatar-se à Câmara do Sardoal, onde esteve 20 anos. Foi também presidente do Grupo Desportivo e Recreativo Os Largartos, do Sardoal, da Filarmónica União Sardoalense e da Casa do Povo do Sardoal.