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José Louceiro desapareceu há nove meses e já ninguém o procura
José António Maria saiu de casa sozinho em Março de 2021 e nunca mais foi visto fotoDR

José Louceiro desapareceu há nove meses e já ninguém o procura

Idoso, diagnosticado com demência, residia em Chainça, Abrantes. As buscas foram suspensas ao fim de seis dias e o caso passou para a alçada da Polícia Judiciária, que nunca chegou a contactar a família.

Foram batidos muitos quilómetros de terreno, mas o caso do desaparecimento de José António Maria, mais conhecido como José Louceiro, ainda permanece um mistério. O idoso, de 80 anos, desapareceu há nove meses, na aldeia da Chainça, em Abrantes, e nunca mais houve pistas sobre o seu paradeiro. A família sofre diariamente com a sua falta e a esperança de o encontrarem com vida já se apagou.

“Já não acreditamos que esteja vivo. Desapareceu numa noite fria de Março, seria muito difícil sobreviver naquelas condições”, diz a O MIRANTE a filha do idoso, Teresa Estronca, que não descarta a hipótese de alguém o ter “metido num carro para o roubarem” e terem-no abandonado longe de casa.

As buscas para encontrar José Louceiro, diagnosticado com demência, foram suspensas ao fim de seis dias tendo o caso passado para a alçada da Polícia Judiciária, que nunca contactou a família. “Nunca mais nos disseram nada”, lamenta a filha que, tal como os restantes membros da família, não consegue fazer o luto “enquanto não aparecer”.

Já por diversas vezes o idoso, que levava sempre no bolso um papel com o seu nome escrito, se tinha perdido durante os passeios que dava diariamente, mas era reencaminhado para casa por vizinhos ou pela PSP. O MIRANTE questionou o Departamento de Investigação Criminal de Leiria, da Polícia Judiciária, sobre este caso mas não obteve resposta até à data de fecho desta edição.

José Louceiro vestia uma camisa xadrez verde, calças cinzentas e um boné branco quando foi, alegadamente, visto pela última vez junto ao quartel dos Bombeiros de Abrantes.

Dispositivos ajudam idosos a regressar a casa

A PSP distribui, desde 2015, pulseiras com códigos de identificação para ajudar a encontrar pessoas, principalmente idosos ou com problemas de orientação, ao abrigo do programa “Estou Aqui”. A pulseira não dispõe de qualquer dispositivo de localização, mas ajuda a PSP a entregar o idoso localizado à sua família.

No caso de um cidadão ou agente contactar com uma pessoa que está perdida pode ligar para o número de emergência nacional (112) e indicar que a mesma dispõe de uma pulseira ao abrigo deste programa e ditar o número nela inscrito, para que a Direcção Nacional da PSP possa aceder à ficha e contactar a família.

A Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer dá ainda conta que já existem vários dispositivos no mercado que facilitam a rápida localização de uma pessoa sendo os mais comuns a Identificação por Radiofrequência (RFID) e o Sistema de Posicionamento Global (GPS).

Mais de 1.500 idosos desapareceram nos últimos quatro anos

As autoridades nacionais registaram, entre 2017 e 2021, o desaparecimento de 1.555 pessoas com idade igual ou superior a 65 anos. Até Setembro deste ano a PSP e GNR tinham 102 casos de idosos desaparecidos por resolver.

No distrito de Santarém, na área de intervenção da GNR, desapareceram nos últimos cinco anos outras sete pessoas especificamente diagnosticadas com demência, duas das quais foram encontradas sem vida. A nível nacional, entre 1 de Março e 20 de Agosto de 2020, 99 pessoas com mais de 65 anos foram dadas como desaparecidas. A lista de pessoas desaparecidas da Polícia Judiciária é composta por 45 pessoas, das quais oito têm Alzheimer ou doença que afecta a memória.

José Louceiro desapareceu há nove meses e já ninguém o procura

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